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sipirit23Termina mais uma edição do RallySpirit e já todos anseiam por 2024. Três dias de emoção competitiva, mas sobretudo de encontro com a história, com carros que preenchem o imaginário dos que amam os ralis e que remetem para a época mais dourada da disciplina: os anos 1980 e os «monstros sagrados» do Grupo B. Afinal, a cereja no topo de um bolo composto por um lote alargado de grandes máquinas que atravessam as mais diversas eras dos ralis. Um verdadeiro museu ao ar livre e sobretudo o reencontro com um conceito infelizmente abandonado, o do convívio do público com os seus ídolos pilotos e do contacto próximo com os respetivos bólides. Sem dúvida, uma excelente propaganda da modalidade.

Ainda agora acabou, mas já deixa saudades. Foram três dias de um desfile histórico notável, que reuniu quase uma centena de alguns dos mais marcantes carros de ralis de todos os tempos. O fantástico Lancia Delta S4 que foi guiado oficialmente por Henri Toivonen é talvez a mais impressionante figura de cartaz, mas outros Lancia, como Rally 037 e Delta HF Integrale, o Peugeot 205 Turbo 16, os Opel Manta e Ascona 400, os Toyota Corolla WRC ex-TTE e Celica Turbo ou ainda os «poderosos» Audi Sport Quattro S1 E2 são apenas alguns dos exemplos de carros que deixaram uma marca indelével na história do Campeonato do Mundo de Ralis.

Mas o passado dos ralis portugueses também está muito bem representado, através, por exemplo, de réplicas perfeitas do Peugeot 306 Maxi e do Renault Mégane Maxi das equipas oficiais, que travaram dos mais empolgantes duelos nos Campeonatos Nacionais dos idos de 1990, ou do Mitsubishi Lancer Evo3 com que Rui Madeira conquistou a Taça do Mundo FIA de Grupo N, em 1995 – guiado pelo próprio piloto, que continua a exibir as qualidades que fizeram dele um dos nossos melhores.

Enfim, muitos cavalos de potência, memória e sobretudo História são as marcas principais do RallySpirit e o conceito essencial dos Rally Legends do exclusivo circuito Slowly Sideways Europe a que pertence. A prova da X Racing organizada desportivamente pelo Clube Automóvel de Santo Tirso é tudo isto, mas foi igualmente qualidade competitiva ao longo das 10 especiais cronometradas da edição deste ano - a Boucles de Barcelos é uma classificativa espetáculo.

O público agradeceu, acorrendo em grande número aos troços, enchendo sempre o parque de assistência de Barcelos e marcando forte presença nos reagrupamentos de Amares, Vila Verde, Barcelos e Santo Tirso, e ainda no controlo de passagem de Famalicão. A assistência remota à moda antiga (na berma da estrada), em Mixões da Serra, Vila Verde, foi uma das novidades na edição deste ano, mas um dos momentos mais marcantes do contacto com o público foi sem dúvida a festa ao pôr do sol no Jardim das Sobreiras, na marginal portuense junto à foz do Rio Douro, que encantou os milhares de pessoas que por lá passaram.

Gil nos Históricos e Costa nos Spirit

No plano competitivo, José Gil e João Andrade, no bonito e bem preparado Ford Escort MK1, lideraram de início a fim entre os Históricos, com um ritmo que fica bem patenteado pela vantagem de 4m23.6s com que se impôs ao segundo classificado, Rui Salgado/Luís Godinho, em VW Golf II GTI. Herculano Santos Pereira e Miguel Castro (Opel Kadett GT/E) encerraram o pódio, já a 8m16.7s do vencedor.

"A prova começou calminha, fomos aumentando o ritmo, o carro portou-se lindamente e não tivemos qualquer tipo de problema. Foi bom, divertimo-nos. Depois, quando vimos que estávamos muito à frente nos Clássicos, tentámos lutar pela classificação geral absoluta e conseguimos. Fomos mais rápidos do que o vencedor dos Spirit. Quanto ao carro, é um Escort de 1975, com motor BDG de 240 cavalos, um carro muito fiável e que dá muito gozo conduzir. Já agora, em 1980, fiz dois ralis com o pai do João (Andrade, o navegador), vencemos, e agora fiz com o filho. Gostava de dedicar esta vitória ao pai do João, ao Joca", disse José Gil no final.

Entre os Spirit, Armando Costa e José Costa, em Mitsubishi Lancer Evo6, também exerceram grande domínio, mesmo se Rui Madeira liderou nas duas primeiras especiais. Foi então que Costa assumiu o comando, para não mais o perder, cimentando progressivamente a vantagem até aos 52.0s finais sobre os segundos classificados, Guilherme Outeiro e Eduardo Outeiro, em BMW E30. O último degrau do pódio foi ocupado pela dupla João Pedro Peixoto/Leandro Parreira, em Renault Clio 16V, a 3m09.7s do mais rápido.

Armando Costa era um piloto naturalmente satisfeito no final: "Foi difícil, porque o rali foi longo e muito desafiante, mas os objetivos foram cumpridos. O principal era a diversão e foi amplamente cumprido. Correu tudo bem, um carro cinco estrelas, um ambiente fantástico... tudo cinco estrelas. Impecável. O mais difícil foi sexta-feira, com as classificativas novas, particularmente Vila Verde, que foi muito desafiante. Mas correu tudo bem, conseguimos alguma vantagem e deu para gerir nos restantes dias".

Rui Madeira protagonizou excelente recuperação

A prova foi também marcada por alguns percalços entre os participantes. Ainda na sexta-feira, o Alpine Renault A110 de Hugo Reis e Diana Assunção deu um toque, na sequência de uma falha de travões no carro. Os danos cingiram-se quase exclusivamente à fibra da carroçaria, que após um aturado trabalho de «reconstrução» com fita adesiva lhes permitiu prosseguirem, logo no sábado, ao abrigo do Super Rally.

Pedro Gastão Silva e Sérgio Paiva também participaram, sábado, sob o regulamento do Super Rali, depois de a correia do alternador do Ford Escort MK1 se ter soltado logo de manhã. Foi trabalhoso, mas conseguiram resolver o problema, não sem que, todavia, tivessem penalizado por excesso, daí o Super Rally. O pior aconteceu mais tarde, quando um despiste os forçou ao abandono definitivo.

Também na sexta-feira, logo a abrir a prova, na primeira especial, Mário Neto e Miguel Costa não evitaram uma batida numa rocha que produziu danos irreparáveis a tempo no bonito Datsun SSS 1800. Rui Madeira e Paula Madeira foram outros dos que tiveram de adotar o Super Rally. Uma falha de travões após a penúltima especial de sexta-feira obrigou a reparação prolongada. O almadense ainda completou o troço e chegou a constar na segunda posição após a 1.ª Etapa, mas o excesso de penalização acabaria por ditar o abandono no dia. Foi, todavia, protagonista de uma excelente recuperação ao longo do resto do rali e ainda conseguiu chegar à sexta posição entre os Spirit.

Referência igualmente para o abandono inglório da dupla Edgar Botelho Moniz/Ivo Machado, no belo Volvo PV 544 amarelo, cuja caixa cedeu na última especial cronometrada (Barcelos Norte). Jorge Rodrigues e Luís Duarte, no Datsun 1200, abandonaram após um ligeiro toque, na seguinte, e «sorte» idêntica teve a dupla Paulo Silva/Sandra Fonseca, quando, ao dar espetáculo para o público, não evitou um toque com uma roda do BMW E30 num passeio, que lhe abriu a direção.

A edição de 2023 chegou ao fim, venha a de 2024

Agora que o RallySpirit 2023 terminou, Pedro Ortigão, um dos responsáveis da X-Racing, não esconde a satisfação por mais um balanço positivo, mas já está focado em elevar ainda mais a fasquia para o próximo ano: "Tudo correu na perfeição. Estamos empenhados em consolidar o rali internacionalmente e penso que, este ano, como resultado desse esforço feito ao longo destas oito edições, conseguimos a melhor lista de inscritos de todos os tempos, principalmente em termos da qualidade dos carros presentes. Portanto, o balanço é muito positivo. Aliás, quando vemos pilotos que fazem as provas de referência a nível mundial a chegarem ao fim tão satisfeitos como chegaram e a dizerem que para o ano estarão cá e que vão dizer aos amigos para também virem a Portugal, esse é o melhor feedback que um organizador pode ter. E uma motivação para pensar no futuro e continuar a evoluir".

Razões de sobra para se elevarem também as expetativas para a nona edição do Rally Spirit, em 2024.

Classificação

Históricos
1.º José Gil/João Andrade (Ford Escort MK1), 56m17.4s
2.º Rui Salgado/Luís Godinho (VW Golf II GTI), 4m23.6s
3.º Herculano Santos Pereira/Miguel Castro (Opel Kadett GT/E), 8m16.7s

Spirit
1.º Armando Costa/José Costa (Mitsubishi Lancer Evo6), 56m26.0s
2.º Guilherme Outeiro/Eduardo Outeiro (BMW E30), a 52.0s
3.º João Pedro Peixoto/Leandro Parreira (Renault Clio 16V), a 3m09.7s

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CARTAZRALLYSPIRIT 2023Entre carros de Grupo A, Kit-Car e WRC, os 15 Grupo B confirmados são, como sempre, as verdadeiras joias da coroa desta edição de 2023 do RallySpirit, entre uma diversificada lista de cerca de 100 inscritos. A prova, que integra o exclusivo circuito dos Rally-Legends europeus, é um dos mais aguardados eventos do desporto motorizado em Portugal e mantém sede em Barcelos. Apresenta novidades importantes relativamente a 2022 e continua a ter como um dos pontos altos a chegada ao Porto, no final da etapa de sábado, para uma verdadeira festa ao pôr do sol na Foz do Rio Douro (Jardim das Sobreiras).

É já para a semana que a prova da X Racing, com organização desportiva do Clube Automóvel de Santo Tirso, vai para a estrada. Evento com créditos firmados no panorama dos principais Rally-Legends europeus, está inserido no calendário do Slowly Sideways Europe juntamente com o Eiffel Rally Festival e o Alsace Rallye Festival.

O RallySpirit tem partida às 14h00 de sexta-feira, 2 de junho, no Jardim da Avenida da Liberdade, em Barcelos. Esta edição volta a reunir alguns dos mais fantásticos carros que marcam a história dos ralis, em ambiente de descontração e festa sem que o capítulo desportivo seja relegado para segundo plano. Momento marcante é, portanto, a exposição de todas estas lendárias «máquinas» no Campo da República (Campo da Feira), em Barcelos, a partir das 18h30 de sexta-feira, na chegada da 1.ª etapa.

E para que a hora de jantar não impeça a admiração e o desfrutar de tantos cavalos de potência, de tanta exclusividade e de tanta história, a organização promove uma festa, neste mesmo recinto do Campo da Feira, durante o Parque de Assistência (21h30-23h30), com DJ, muita música e ainda mais animação para todos. Um momento imperdível para os amantes do automobilismo e que é ao mesmo tempo uma oportunidade de salutar convívio para toda a família.

Carros lendários para todos os gostos

O RallySpirit 2023 volta a ser uma autêntica viagem no tempo através da qual vamos poder ver, entre os Grupo B, preciosidades da dimensão de um Lancia Delta S4 e de um Lancia Rally 037, ambos com a famosa decoração da Martini Racing, dos Audi Quattro S1 E2, do Peugeot 205 T16, do MG Metro 6R4, do Toyota Celica Twincam Turbo ou do Porsche 911 SCRS, sem esquecer o Opel Manta 400, os dois últimos também com as famosas cores da Rothmans.

Destaque ainda para uma verdadeira montra histórica de carros de ralis míticos de todas as eras, que vão desde os Opel Ascona 400, Ford Escort MK2 RS 1800, Ford Sierra RS Cosworth ou BMW M3 dos anos 1980, passando pelos Grupo A dos anos 1990, como os Lancia Delta Integrale, Subaru Impreza 555, Ford Escort Cosworth e Mitsubishi Lancer Evo, até aos Peugeot 306 Maxi e Renault Megane Maxi ou os sonoros Kit Car como os Seat Ibiza, Fiat Punto ou Citroën Saxo, sem esquecer os impressionantes WRC, como o Toyota Corolla.

Mas não podemos perder de vista as «curiosas» participações do Trabant RS800, do Fiat 127, do belíssimo Volvo P 544 amarelo, do Datsun 1200 e dos Ford Escort MK1.

Muitas novidades na edição de 2023

O RallySpirit conta com 102,98 km disputados contra o cronómetro, ao longo de 11 classificativas, cabendo a Amares abrir as hostilidades com um dos mais emblemáticos troços de toda a prova, imediatamente após o desfile em modo de partida na Praça do Comércio de Amares, onde a população vai, se assim o desejar, poder ter um contacto próximo com todos os «bólides» e concorrentes inscritos.

Ainda na sexta-feira, novidade são as classificativas de Terras de Bouro (com início no centro da vila) e de Vila Verde - esta última, também completamente nova, apesar de manter o nome da de 2022. Realce igualmente para o facto de todas as especiais do dia serem perfeitamente encadeadas, com ligações a rondarem os cerca de três quilómetros entre cada.

Outro destaque entre as estreias desta edição é a Assistência Remota em Mixões da Serra, entre as classificativas de Terras de Bouro e Vila Verde, num revivalismo dos ralis «à moda antiga», em que os carros param na berma da estrada de ligação para eventuais reparações. Logo após a terceira especial, pelas 17h24, há o reagrupamento no Jardim da Praça da República de Vila Verde, para que todos possam desfrutar mais uma vez da presença próxima de carros e pilotos.

No programa de sábado, as classificativas são iguais às da edição de 2022, com dupla passagem pelos troços de Barcelos Oeste e Barcelos Sul, antes de a comitiva se dirigir ao Porto, com passagem obrigatória em frente à Câmara Municipal de Famalicão. Segue-se o reagrupamento na Praça do Município da «cidade dos Jesuítas», antes dos 4,69 km da PE Santo Tirso e do posterior rumo à Foz do Rio Douro para a «Sunset Party».

No domingo, a partida do Porto (Jardim das Sobreiras) está marcada para a 09h00, antes da disputa, às 11h03, da penúltima especial (SS10-Bacelos Norte). O RallySpirit 2023 volta a encerrar com os 10,23 km da especial Boucles de Barcelos (com início às 11h36), que privilegia acima de tudo o espetáculo e que é disputada com várias equipas em perseguição dentro do traçado.

"Estamos empenhados em colocar na estrada a melhor edição de sempre do RallySpirit, porque o nosso objetivo é ir cada vez mais longe de ano para ano. É uma prova em que reforçamos o compromisso com as câmaras municipais envolvidas, que sentimos cada vez mais próximas do projeto. Estamos satisfeitos pelo caminho que temos vindo a traçar e muito confiantes no futuro, mas tudo isto seria naturalmente impossível sem o envolvimento de participantes, público e patrocinadores, a quem agradecemos particularmente", diz Pedro Ortigão, um dos responsáveis da X Racing, promotora do RallySpirit.

Vêm aí três dias de intenso espetáculo, com carros de sonho a percorrer troços exigentes e de grande beleza ao longo de florestais e de importantes centros urbanos das regiões do Minho e Douro. A não perder.

spiritlogo23 copyTroços e horários Rallyspirti Altice 2023

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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armindorsTerminada a fase de terra, o Campeonato de Portugal de Ralis regressa no final de junho em Castelo Branco, mas Armindo Araújo e Luís Ramalho voltarão à competição semanas antes para disputar o Rally de Lisboa, prova que estará na estrada entre 16 e 18 de junho e que ditará o vencedor de 2023 da Taça de Portugal de Ralis.

Com o centro nevrálgico localizado junto à Torre de Belém e candidata ao calendário do CPR em 2024, o Rally de Lisboa será uma das provas mais mediáticas do ano e contará, certamente, com um elevado número de equipas e espectadores. "O Rally de Lisboa, que vai para a sua terceira edição, tem todas as características para se tornar numa das provas nacionais mais emblemáticas. A sua localização, a sua estrutura e a enorme projeção mediática que gera em torno do evento, fazem com que seja um rali muito apetecível para as equipas, e este ano, ainda terá a missão de encontrar o vencedor da Taça de Portugal de Ralis. Por todos estes motivos entendemos que a nossa presença é praticamente obrigatória", afirma Armindo Araújo.

O rali organizado pelo Clube de Promoção de Karting e Automobilismo poderá também marcar a estreia, por parte dos campeões nacionais, do novo Skoda Fabia RS Rally 2. "Ainda não é totalmente garantido que iremos estrear o novo Skoda em Lisboa, mas há uma forte possibilidade que isso aconteça. Seria excelente podermos disputar uma prova em pisos de asfalto antes de Castelo Branco e a The Racing Factory está a fazer tudo para que esta hipótese seja viável", disse ainda o piloto tirsense.

Com onze provas especiais, que inclui uma classificativa espetáculo junto ao Tagus Park em Oeiras, a disputar no dia 17 e 18 de junho, o Rally de Lisboa terá o seu início desportivo no dia 16, com a realização das duas sessões do Free Pratice e do Qualifying a ser disputado na zona de Torres Vedras. A zona de assistência, parque fechado, partida e chegada estará localizada na Doca de Pedrouços, junto à Torre de Belém.