Foi muito interessante de seguir desportivamente a edição 2022 do Constálica Rallye de Vouzela e Viseu, com a incógnita quanto ao vencedor a persistir até final. Mesmo tendo vencido mais troços (André Cabeças) que o seu adversário, a vitória acabou nas mãos de Adruzilo Lopes.
Na verdade, esta edição do Constálica, agora expandida e bem até Viseu, teve uma tremenda luta entre Adruzilo Lopes e André Cabeças pela vitória. O piloto do Mitsubishi Mirage foi o primeiro líder do rali, aproveitando um ritmo mais cauteloso de Adruzilo Lopes, numa altura do rali em que Fernando Teotónio também estava na luta pelos primeiros lugares.
Porém, a dupla passagem pela super-especial no final do primeiro dia, levou Adruzilo Lopes para o comando, com André Cabeças a comprometer muito o seu resultado ao perder mais de 12 segundos na 6ª especial, caindo para o 3º lugar da geral, com Fernando Teotónio a levar o seu Mitsubishi Lancer Evo X ao 2º lugar.
No segundo dia, André Cabeças acordou com vontade de recuperar os pouco mais de 7 segundos que tinha para a Adruzilo Lopes. Em apenas dois troços recuperou a sua desvantagem para apenas dois segundos, tendo superado Fernando Teotónio na classificação, piloto que não pretendeu arriscar tanto.
Adruzilo Lopes viria a responder a Cabeças, vencendo o penúltimo troço, aumentando muito ligeiramente a sua liderança, mas no derradeiro troço, foi novamente Cabeças a vencer o troço, embora não com vantagem suficiente que lhe permitisse vencer, ficando a apenas 1,6s desse objetivo.
Fernando Teotónio levantou claramente o pé nesta fase final do rali, até porque conseguia com isso obter um pódio e manter-se na liderança do Campeonato Promo de Ralis.
Boas provas também do açoriano Rui Borges, que levou o seu Mitsubishi Lancer ao 4º lugar, ficando na frente de Gaspar Pinto, também em Lancer e de João Marcelino (Renault Clio R3), que nesta prova venceu as duas rodas motrizes com alguma autoridade, embora como não está inscrito no "Promo" a pontuação mais nas 2RM foi para Filipe Nogueira em Peugeot 208 R2, tendo terminando a prova num excelente 9º lugar.
No FPAK Junior Team a prova foi completamente dominada por Gonçalo Henriques. Porém, nota de destaque também para o ritmo de Rafael Cunha, que viria a terminar no segundo lugar. Ambos os pilotos, ao volante dos pequenos KIA Picanto GT, "voaram" nas especiais deste rali, conseguindo registos muito bons, demonstrado qualquer deles muita competitividade.
Para os concorrentes do Campeonato GT a vitória foi para Vitor Pascoal, enquanto no Nacional de Clássicos, o "decano" Luís Mota continua a mostrar-se sempre muito competitivo, vencendo o rali apesar da forte oposição de Nuno Mateus (ambos em Mitsubishi) que ficou a apenas 4,1s do lºider.
Na prova extra, sem qualquer surpresa, Bernardo Sousa venceu com o Citroen C3 Rally2, ficando na frente de dois jovens lobos com grandes andamentos, Hugo Lopes (em Renault Clio Rally4) e David Brites (Peugeot 208 Rally4), qualquer deles a demonstrar a sua enorme competitividade.
Apesar de pequenos ajustes a fazer, parabéns às entidades promotoras e organizadoras pelo excelente rali que colocaram na estrada.