Poderia bem ser um “normal” Rali de Castelo Branco, mas não é. Tem tudo para ser uma edição marcante na história do Campeonato de Portugal de Ralis e, seja quais forem as circunstâncias deste rali, vai com certeza ser uma prova inesquecível, quaisquer que sejam os motivos analisados.
No meu entender “está tudo em jogo” para o futuro da modalidade no curto e, quem sabe, no médio prazo. A Escuderia de Castelo Branco merece que tudo lhe corra pelo melhor. Tem feito um esforço notável e acreditou, desde a primeira hora, que era possível levar o rali para a estrada. Aliás, terá sido mesmo a Escuderia de Castelo Branco que terá feito até mais trabalho de “sapa” para que a sua prova fosse mesmo para a estrada, levando a reboque a própria FPAK, que acabou por ser levada por esta enorme vontade do clube albicastrense.
Por outro lado, fico também feliz por este regresso ser feito pela Escuderia de Castelo Branco, pois considero que é claramente um dos poucos clubes que tem as condições necessárias para “arcar” com esta responsabilidade.
Os adeptos têm também uma “nova” palavra a dizer neste rali. Ficou claro que a Escuderia e a FPAK querem ter um rali sem público, mas sabem também que tal é impossível, pois 4 meses sem ralis não é algo fácil de suportar pelos verdadeiros adeptos da modalidade. Contudo, cada adepto tem que ser um agente de saúde e segurança, não só cumprindo com as normas do distanciamento social, mas também (e não menos importante) fazer para que os outros também cumpram essas regras. Se todos cumprirmos daremos com certeza uma grande ajuda aos ralis, em geral, e à Escuderia de Castelo Branco, em particular.
Mas não é só o futuro dos ralis que está em “disputa” nesta prova. Felizmente neste rali existe também um espetacular lote de pilotos que vão com toda a certeza lutar abertamente pela vitória e não faltam condimentos para que essa luta seja ainda mais aguerrido do que foi em 2019.
A primeira razão é que este é mesmo um rali sprint, que não chega sequer aos 100 quilómetros de troços. Por isso, não dá para que os pilotos entrem com cautelas. O ritmo vai ter que ser alto desde o primeiro metro, é isso é muito bom para o espetáculo e para a componente desportiva do rali.
A segunda rali é que ninguém quer ser apanhado de surpresa como aconteceu na primeira prova (o Rali Serras de Fafe), em que Armindo Araújo acordou para a prova muito mais cedo que todos os outros. Mais uma vez quem não entrar no ritmo certo deste o primeiro metro em Castelo Branco, dificilmente vai ter quilómetros no rali para recuperar tempo.
Não menos importante, serão as condições climatéricas. Prevê-se muito calor e isso vai obrigar a boas escolhas de pneus, mas também a ter cuidados redobrados nas fortes travagens e na melhor forma de ultrapassar as zonas mais sujas.
Quanto a candidatos reais à vitória e com condições para tal existem quatro pilotos: o vencedor de 2019, Armindo Araújo, o quase vencedor da edição passada e atual campeão nacional, Ricardo Teodósio, o super especialista e pluri-vencedor desta prova, José Pedro Fontes e ainda, Bruno Magalhães, que irá tripular um carro semelhante ao que venceu em 2019.
Quantos aos outsider´s são algun, que bem poderão alcançar o pódio, como é o caso de João Barros, que se estreia num C3 R5, e Paulo Meireles, no seu Polo. Contudo, a lista é grande e está recheada de estreias, de regressos e de outros condimentos para ser de facto um grande rali.