A edição 2023 do Rali Vinho Madeira apresenta muitos condimentos para ter uma das melhores colheitas dos últimos anos.
Como sempre, o Rali Vinho madeira é uma prova que apresenta sempre algumas variáveis (as condições climatéricas nos troços e de troço para troço), nem sempre controláveis pelos pilotos, que podem fazer pender a balança da vitória para um ou outro piloto.
Porém, salvo as questões dos pneus, com as escolhas a serem sempre equilibrados e a não ditarem diferenças relevantes nos andamentos dos pilotos (salvo as tais condições atmosféricas variáveis), quem tem que assumir o total protagonismo nesta prova é Alexandre Camacho. Cinco vitórias na prova, domínio no regional e vencedor em 2022, Camacho não vencendo a edição deste ano nunca poderá considerar totalmente positiva a sua presença neste rali.
Miguel Nunes tem que vencer e bater Alexandre Camacho, sendo este o único resultado que verdadeiramente lhe interessa nesta prova, para que a tendência do regional não penda definitivamente para o seu adversário.
Na lista de outsider´s, aparecem Giandomenico Basso, que já mostrou serviço no Qualifiying, dizendo claramente ao que vem e, certamente, não quererá ficar de fora da discussão pela vitória. Também Kris Meeke pode ser outro dos outsider´s, sendo talvez dos pilotos da frente aquele mais lhe convém que as condições do piso (seco e molhado) sejam as mais difíceis possíveis, para poder compensar o seu andamento com a experiência que tem.
Neste patamar, em que podem entrar na discussão do pódio outros pilotos, poderão entrar José Pedro Fontes, que sabe que terá que entrar no rali a fundo, para depois ter margem para discutir a vitória, nem que seja entre os concorrentes do Campeonato de Portugal de Ralis.
Simone Campedelli, Skoda, também quer estar entre os primeiros, mas terá que contar que os seus pneus (MRF) mantenham sempre uma boa performance, sendo essa a sua principal desvantagem face a todos os adversários que usam Pirelli ou Michelin.
Pela discussão por um lugar do pódio deverá andar Armindo Araújo. Qualquer aspiração ainda a poder lutar pelo título passará por vencer entre os portugueses do CPR, mas terá que contar com a forte oposição de Bernardo Sousa e de Ricardo Teodósio. Sousa quererá demonstrar a sua evolução com o Citroen no asfalto e com a presença do experiente José Janela a seu lado, enquanto Ricardo Teodósio terá que forçosamente ficar o mais à frente possível nas contas do CPR, de modo a poder ganhar muitos pontos a Miguel Correia.
Correia será porventura o piloto com menos pressão. Lidera com boa margem o CPR e a conjugação de resultados nesta prova poderá até fazer com que reforce neste rali a sua posição de líder, mesmo terminando fora dos lugares do pódio no CPR no final do rali.
Não vai faltar animação nesta prova e, como sempre acontece na Madeira, as diferenças nunca são muito grandes de troço para troço entre os principais pilotos. Que ganhe o melhor!!!!
Paulo Homem
