Parada de campeões nacionais (Teodósio e Peres) vencem em Beja

Ricardo Teodósio e Fernando Peres (dois ex-campeões nacionais) foram os grandes vencedores do Encivil Rally de Beja. O Algarvio é a quarta vez que vence de forma absoluta esta prova, enquanto Fernando Peres, na sua estreia no Campeonato Sul de Ralis de 2025, venceu o rali para esta competição.
Começa a tornar-se um hábito as provas dos “regionais” em 2025 terem como vencedores pilotos e carros que andam pelo Campeonato de Portugal de Ralis. Pedro Almeida em Famalicão, Armindo Araújo em Côja e Ricardo Teodósio agora em Beja, são de outros campeonatos, mas aproveitam e bem estas provas para rodar, satisfazer os seus patrocinadores e dar notoriedade às provas, embora retirem visibilidade aos verdadeiros vencedores para a qual estas provas pontuam. Mas isso são outras histórias!!!
Vencendo seis dos sete troços, e com um ritmo pausado e controlada para não estragar muito o seu Toyota GR Yaris Rally2, Ricardo Teodósio levou a vitória com mais de 1m49s de avanço para José Paula, que veio a esta prova com um Citroen C3 Rally2, obtendo o segundo lugar absoluto por apenas 0,3s de diferença (para Peres), depois de efetuar uma grande recuperação (e ter beneficiado de um abandono à sua frente) após um engano de percurso na super-especial. Um forcing final, sobre Peres, deu-lhe o segundo lugar absoluto.
Nas contas do “regional” a história foi obviamente diferente. O domínio até à sexta especial de classificação foi quase sempre de Carlos Martins, atual líder da competição, que mesmo penalizado em 10s no primeiro dia (que o atirou para o terceiro lugar da geral), efetuou registos de grande nível no segundo dia (chegou a ganhar um troço à geral). Porém, um furo no início do 6º troço, que destruiu um pneu do Ford Fiesta R5, levou a que Carlos Martins abandonasse a prova (pelos danos causados no carro), deixando a Fernando Peres a responsabilidade de gerir no derradeiro troço a sua liderança e dessa forma obter uma excelente vitória neste seu regresso aos ralis a Sul.
Com uma nova experiência no Sul ao nível dos ralis, desta feita com um Dacia Sandero R4, Francisco Barreto (mais habituado ao todo-o-terreno), fez uma grande prova em Beja sempre em crescendo (chegou a rodar em sexto), não só a nível exibicional como de tempos (sobretudo no segundo dia), que lhe possibilitaram terminar a apenas 10,4s de Peres, ficando no segundo lugar nas contas do Sul.
Menos inspirado que o habitual, e com um Mitsubishi Lancer que há seis anos não fazia troços de terra e a denotar algum “cansaço”, Carlos Fernandes mesmo assim fechou as contas do pódio, em mais uma boa exibição do piloto de Sintra.
Nas posições seguintes ficaram os pilotos mais “habitués” do Campeonato Sul, com destaque para o quarto lugar de Fernando Teotónio (Mitsubishi Lancer Evo IX), que mesmo não fazendo a exibição que se estava à espera, num tipo de terreno mais a seu gosto, somou pontos importantes no Campeonato que o colocam na liderança do Sul juntamente com Carlos Martins.
Vitor Teodósio, cada vez mais habituado ao seu Mitsubishi Lancer Evo X, terminou no quinto lugar, logo seguido por Luís Nunes, sempre com algumas dificuldades em evoluir com o seu Evo VI nos troços de Beja.
Muito acima da concorrência esteve Márcio Marreiros, que conquistou de forma fácil as duas rodas motrizes com um Renault Clio Rally5. Os mais de 2m43s de vantagem para António Correia, ao volante de um Peugeot 208 R2, dizem quase tudo na luta pela 2RM. Nuno Pinto, num Citroen C2 R2 Max ainda esteve próximo de Marreiros, mas um problema na direção na quarta especial, obrigou o piloto a desistir.
Numa grande prova de ralis, com grandes troços e com uma organização, que provavelmente será a melhor de sempre em provas do regional, o Encivil Rallye de Beja marca um antes e um depois neste tipo de provas. Parabéns ao Aero Clube de Beja.
VENCEDORES DE TROÇOS (SUL)
Carlos Martins (5), Francisco Barreto (2)
COMANDANTES SUCESSIVOS (SUL)
Carlos Martins (Pec 1 e 2), Fernando Peres (Pec 3), Carlos Martins (Pec 4 e 5), Fernando Peres (Pec 6 e 7)
CLASSIFICAÇÃO FINAL
