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Teodósio: Um campeão “ímpar”

TEOCAMUma pessoa ímpar, um piloto ímpar e um campeão ímpar. Assim é Ricardo Teodósio, o novo Tricampeão de Portugal de Ralis, sempre ao lado do inseparável José Teixeira, que têm a singularidade de ambos vencerem os títulos em anos… ímpares (2019, 2021 e 2023).

Esperava-se mais, do ponto de vista desportivo, da edição 2023 do Rali Vidreiro, pois um conjunto de muitas circunstâncias levou a que à quinta especial de classificação praticamente tudo ficasse decidido quanto à questão do título.

O único que verdadeiramente não claudicou, entre os candidatos ao título, foi mesmo Ricardo Teodósio. Calmo, tranquilo e concentrado, Teodósio gosta muito destes momentos em que o “tudo ou nada” pode decidir os títulos. A pressão faz-lhe bem e Teodósio lida bem com esses momentos, como demonstrou nesta prova, nunca se precipitando mesmo sobre a pressão intensa que José Pedro Fontes fez até ao momento em que um toque na 5ª especial o deixou fora de prova entregando de bandeja o cetro ao algarvio.

Depois, para Teodósio, foi só gerir e não cometer algum erro, sendo talvez a parte mais difícil desta prova para o piloto da Hyundai, pois já sem grande pressão poderia cometer um erro… que não cometeu. Teodósio e Teixeira estiveram num outro nível nesta prova e demonstrando que mereciam mesmo o título. Parabéns!!!

José Pedro Fontes, como se disse, esteve em grande nível até à 5ª especial. Atacou tudo o que tinha para a atacar, acabando por passar para lá dos limites da estrada, que o levou ao abandono quando estava dentro da discussão do título, separada por sete segundos face a Teodósio. Um quarto lugar final no CPR, foi o resultado possível, podendo só queixar-se da sua menor competitividade na fase de terra.

Armindo Araújo estava numa situação mais complicado na luta pelo título depois do início de temporada atribulado. Se no Rali da Água tinha dado luta a Kris Meeke, poderia ser um indício que no Vidreiro as coisas poderiam correr de feição. Porém, a chuva que tanto desejava não apareceu, e pior que isso, começou mal a prova com uma saída de estrada quase fatal e uma erradíssima escolha de pneus para o 3º e 4º troço que o atiraram para fora da luta pela vitória. A verdade é que neste rali, o ex-campeão, esteve fora da luta e uns furos abaixo do que tem sido o seu habitual, mesmo tendo conquistado o 3º lugar nas contas do CPR.

Para Miguel Correia foi inglório passar quase todo o campeonato na frente e perder tudo na derradeira prova. O piloto do Skoda voltou a mostrou que no asfalto ainda lhe falta um pouco mais de competitividade (foi 4º classificado nas contas do CPR), somando a isso más escolhas de pneus nesta prova que o tiraram da discussão do título logo ao 3º troço. Mesmo assim, ser vice-campeão, superando Armindo Araújo e José Pedro Fontes, só o poderá deixar animado para em 2024 voltar a tentar.

Desta vez Kris Meeke esmagou a concorrência. Terminar o Rali Vidreiro com mais de 54,3s para Alejando Cachón (que fez uma excelente prova, apesar do erro na escolha dos pneus na 3ª e 4ª especial), diz bem do andamento que o britânico impôs ao longo de quase toda a prova. Uma excelente vitória (foi o piloto que mais vitórias acumulou esta época), que veio permitir um final de temporada de sonho para a Hyundai, com a vitória de Meeke e o título de Teodósio, sem esquecer o pódio absoluto que foi totalmente dominado pela Sport&You.

Mas não ficamos por aqui quanto a campeões. O que dizer do título nas duas rodas motrizes de Gonçalo Henriques? Foi fenomenal!!! O jovem piloto de Poiares voou com o Renault Clio Rally4 superando toda a concorrência com uma enorme superioridade (não esperada), deixando os rápidos Ricardo Sousa e Hugo Lopes a 45,8s e 2m05,6s, respetivamente (embora o piloto de Viseu tenha tido alguns problemas com o seu Peugeot).

Está a ser meteórica a ascensão de Gonçalo Henriques, que é sem dúvida neste momento, o grande valor a despontar do nosso automobilismo de estrada e que está lançado para outros voos… assim existam apoios.

Mas houve ainda mais campeões. Um deles super habituado a títulos, como é o caso de Adruzilo Lopes, que levou o Mitsubishi Lancer Evo X à vitória no Rali Vidreiro no Promo, que lhe garantou desde já o título neste campeonato.

Também nesta competição, mas nas duas rodas motrizes, Miguel Carvalho, no pequeno Peugeot 206 GTI, mesmo sendo quarto classificado, conquistou o Promo 2RM. Refira-se que nesta prova Viana Martins foi o vencedor do Promo 2RM, ao volante do Renault Clio RS.

Mais ainda houve mais campeões antecipados. João Araújo venceu o Rali Vidreiro com o seu Mitsubishi Lancer Evo VIII MR, o que lhe permite desde já conquistar o título no Promo Centro. Fábrio Santos, no Citroen Saxo venceu entre os concorrentes do Start Centro.

Na FPAK Júnior Team não houve campeão, até porque Rafael Rego, que estava a dominar o rali foi desclassificado por conduzir entre o parque de assistência e a Super-espcial. Como o piloto não tem carta, quem conduz o carro nas ligações tem de ser obrigatoriamente Inês Veiga. A vitória foi para Vitor Hugo Matias, seguido de Pedro Pereira, Alexandre Cordeiro e Pedro Dias da Silva, todos ao volante do Kia Picanto.

Destaque ainda par a vitória de Nuno Mateus no que diz respeito aos Clássicos, seguido por Luís Mota e José Merceano, todos em Mitsubishi Lancer.

VENCEDORES DE TROÇOS
Kris Meeke (5), Alejandro Cachon (2); Ricardo Teodósio (1)

COMANDANTES SUCESSIVOS
Kris Meeke (Pec 1 a 8)

CLASSIFICAÇÕES
vidreiro23final

 

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