Quando é que se acaba com a estupidez das inscrições nos Campeonatos? Esta “moda” (que só tem a vantagem de dar mais uns trocos para as contas federativas) continua a tirar interesse desportivo às provas de ralis que pontuam para diversas competições, onde os interesses dos pilotos / equipas nos campeonatos se sobrepõe ao interesse na prova em si.
O Rali Vinho Madeira é mais uma vez vitima disso mesmo. Para à vitória à geral Alexandre Camacho e Miguel Nunes (ambos em Skoda da última geração) são os principais favoritos e, dificilmente, existirá mais algum piloto com interesse e andamento para se imiscuir na vitória à geral.
Existe ainda o outsider Pedro Paixão (noutro SKoda Fabia Rallye2), que tem andamento para andar lá na frente, mas que ainda lhe faltam algum endurance para aguentar uma prova desta envergadura.
Depois vem a luta pelo Campeonato de Portugal de Ralis, onde os principais pilotos nele interessados sabem que um terceiro ou quarto lugar à geral no Rali Vinho Madeira pode significar pontuação máxima para o CPR. Se não houvesse a triste história das inscrições nos campeonatos, talvez isso obrigasse os pilotos do CPR a lutar por algo mais nesta prova.
Depois do incompreensível adiamento de Mortágua, o Rali Vinho Madeira marcará o meio do Campeonato e, como tal, nada ficará decidido após esta prova. Contudo, para alguns pilotos, nomeadamente Bruno Magalhães (na despedida do atual Hyundai i20 R5) e José Pedro Fontes (no Citroen C3 Rally2), terminar à frente de Armindo Araújo e de Ricardo Teodósio (ambos em Skoda Fabia Rally2) é crucial nesta fase da temporada de modo a não perderem o comboio na luta pelo título de 2021.
Como outsider no CPR, aparece Bernardo Sousa, num Skoda Fabia R5 (da anterior geração), que já não corre há 7 anos na Madeira, mas que já ganhou calo suficiente este ano para poder dar um ar da sua graça nesta prova.
Certamente que estes cinco pilotos irão travar uma luta interessante de seguir, que infelizmente não será também pela geral, mas será um outro grande rali dentro do grande Rali Vinho Madeira.
No meio de tudo isto aparece o espanhol Solans (num Citroen C3 Rally2), em estreia na Madeira, e por isso com hipóteses reduzidas de dar nas vistas.
Refira-se que das quatro provas do CPR até agora disputadas, o CPR volta a apresentar pela segunda vez uma lista de inscritos sofrível, para não dizer miserável, com poucos concorrentes, a denotar que o custo desta prova (tão falado no início do ano), à semelhança do que aconteceu no Rali de Portugal, acaba por influenciar a não presença de concorrentes… que é exatamente o contrário daquilo que se pretende para o CPR.
