Editorial (08/12/2013)
Empurrada pela enorme pressão que se fez sentir de pilotos, das própria organizações e até da imprensa, a FPAK lançou finalmente o calendário de Campeonato Nacional de Ralis de 2014.
Afinal para que serve este calendário quando não existem regulamentos? Para nada. Não serve para nada a não ser para alimentar ainda mais a polémica e a discórdia em relação ao rumo que os ralis estão a levar. Vejamos.
Antes da FPAK anunciar o calendário, já a Escuderia Castelo Branco tinha anunciado uma das novidades oficialmente, o que me parece um grande descontrolo federativo, pois deveria ser ela a gerir esse processo, protegendo um pouco mais o principal clube “lesado”.
A FPAK deveria também explicar as razões da saída do Rali Casinos do Algarve. Sabe-se que é com base nos critérios de avaliação das provas o que não se sabe é que critérios são esses e muito menos se foram aplicados de forma idêntica para todos os clubes visados (ou se foram avaliados da mesma forma). Se é para haver transparência no processo então que se divulguem publicamente os critérios e as avaliações prova a prova, pois quem não deve não teme.
Arriscar meter um calendário cá fora sem o respetivo regulamento é também despropositado. Sabe-se já que provas são, sabe-se que os custos para disputar o CNR serão mais altos, sabe-se que este calendário não vai de encontro às necessidades da grande maioria dos pilotos, sabe-se que existe ainda gente dos clubes que continua a ser intocável, sabe-se que existem mais provas em asfalto do que em terra, sabe-se que representa uma inflexão à rota traçada o ano passado e também se sabe que ninguém sabe quantos resultados é que contam e como fica o CPR2.
Também não faz sentido a alternância de provas terra, asfalto, terra e asfalto. O Campeonato de Portugal de Ralis deveria começar em asfalto, para se seguirem três provas de terra e as restantes de asfalto.
Começar a época em fevereiro também é um erro, até porque neste momento ainda não se sabe nada de regulamentos para 2014, isto é, a pouco mais de dois meses do início do CNR (contando que pelo meio temos um Natal e o Fim de Ano) será difícil viabilizar projetos, como é um enorme erro quase 15 dias depois ter a segunda prova mas já disputada em asfalto.
Sou um dos poucos jornalistas privilegiados que assistiu a todas as provas do Campeonato de Portugal de Ralis (desde os anos 90) tenho as minhas dúvidas sobre a escolha federativa para este calendário de 2014, mesmo que concorde que este Rali Casinos do Algarve está no lote de provas que tiveram dificuldade em garantir os serviços mínimos e que sem dúvida o Rali de Castelo Branco merece estar no CNR.
Contudo, para terminar este testamento, continuo a ter as minhas dúvidas de que este seja o calendário definitivo do CNR em 2014.
Bons Ralis, mas em segurança!!!
Paulo Homem