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Meeke e Toyota noutro patamar

meekevence(Texto: Paulo Homem)

Os números falam por si e pela excelente vitória de Kris Meeke na primeira prova de asfalto do Campeonato de Portugal de Ralis, o Rali de Castelo Branco e Vila Velha de Rodão, que se disputou em fim-de-semana.

Se no final do primeiro dia Dani Sordo, ao volante do Hyundai i20 Rally2, estava na frente, ficou desde logo a ideia de que o espanhol não iria ter a vida facilitada durante o segundo dia, mesmo tendo a vantagem de abrir a estrada.

O espanhol para tentar andar ao ritmo de Meeke, teve que arriscar muito mais que o seu adversário, algo que foi bem visível nos troços. Por sua vez, Meeke, não se poderá dizer que tenha gerido, pois também andou bem depressa, mas o binómio que faz com o seu Toyota garante ao britânico uma folga maior, isto é, não precisa de arriscar tanto para os tempos saírem e sempre que o faz, consegue ganhar com relativa facilidade.

A história do rali conta-se precisamente por isso, Meeke esteve sempre muito confortável com os tempos que ia fazendo, ao ponto de nem sequer melhorar muito nas segundas passagens que fazia pelos troços repetidos (exceto na Pec 11), enquanto Sordo foi sempre aproveitando as primeiras passagens para conhecer melhor os troços e melhorar os tempos nas segundas passagens. Também, talvez, o conhecimento dos troços deste Rali de Castelo Branco, tenham dado alguma vantagem para Meeke, pois foi sempre muito rápido e muito constante das primeiras para as segundas passagens. Para selar a sua excelente exibição, Meeke venceu ainda a Power Stage, especial onde Sordo já levantou nitidamente o pé.

Se os dois primeiros terminaram separados por 14,5s, proporcionando um grande espetáculo, o que dizer da luta entre Armindo Araújo e José Pedro Fontes, que já se tornou um hábito nesta prova.

O piloto do SKoda Fabia RS Rally2 levou a melhor, acompanhando ao pódio Meeke e Sordo, mas teve uma prova em que andou sempre atrás do prejuízo, pois apenas deve a si próprio as sucessivas (e bem sucedidas) recuperações que teve que fazer ao longo do rali. No primeiro dia um erro de percurso na super-especial fez o piloto perder alguns segundos, para no segundo dia dar um toque e voltar a perder muitos alguns segundos, o que o obrigou a dar tudo o que tinha para regressar por duas vezes ao terceiro lugar, posição em que terminou a prova com inteiro mérito.

Quanto ao piloto do Citroen C3 Rally2, tudo vez para capitalizar ao máximo o segundo erro de Armindo Araújo, mantendo um nível muito alto nos troços que levou a que ambos fossem trocando de posições entre a 5ª e a 11ª especial. Porém, a estocada de Armindo Araújo na 11ª especial, deu-lhe uma vantagem importante de 4s, que subiu para 6s após a Power Stage.

Pedro Almeida poderia ter sido uma das surpresas deste rali. Pelos menos no ritmo adotado conseguiu sê-lo, com alguns registos bem interessantes nos troços (falta-lhe ainda maior consistência), que lhe permitiram superar Ricardo Teodósio. O piloto do Skoda, sem os mais de 10s que perdeu para Araújo e Fontes, no terceiro troço, devido a um furo, poderia ter tido outro resultado, e bem que lhe fizeram falta no final do rali, dando a sensação que poderia ter-se intrometido mesmo na luta pelo melhor português.

Quando a Ricardo Teodósio teve finalmente uma prova um pouco mais consistente e sólida, mas o seu Toyota GR Yaris Rally2, calçado com os pneus Hankook, parece ficar um pouco aquém da concorrência e, quanto mais longos são os troços, pior para o algarvio, que conseguiu mesmo assim dois segundos melhores tempos, precisamente em dois dos três troços mais curtos!!!

Quem esteve sempre em crescendo ao longo do rali foi Hugo Lopes, na sua estreia em asfalto com um Rally2. E o que dizer desta estreia, que acabou por ser muito positiva, ao ponto de passar os últimos troços do rali a pressionar Ricardo Teodósio, ficando a apenas 3,4s deste, sendo que à entrada do derradeiro troço estava apenas 1,8s. Agora no Rali Vinho Madeira, Hugo Lopes poderá capitalizar ainda mais esta experiência, depois de uma estreia de muito bom nível.

Manifestamente pouco à vontade com o seu Yaris no asfalto, um tipo de terreno onde também não se dá tão bem, Rúben Rodrigues foi superado por Hugo Lopes, terminando a prova no 8º lugar, embora tenha ganho um manancial de experiência muito importante, que lhe pdoerá ser útil para as restantes provas.

Nota mais para o regressado João Barros, com o seu lindíssimo Volkswagen Polo GTi R5, provando que sabe andar depressa, num rali que conhece bem e que é muito ao seu estilo, porém, a antiguidade do carro e alguma falta de ritmo… não deram para mais.

No 10º lugar absoluto ficou Adruzilo Lopes, com um vetusto Mitsubishi Lancer Evo X, após uma exibição magnífica, tendo ainda vencido de novo entre os Promo.

Quanto ao Paulo Neto, foi 13º geral, mas conseguiu vencer entre os Masters de Ralis, com Miguel Abrantes a ser o segundo classificado.

Nas duas rodas motrizes também se assistiu a uma tremenda luta entre Ricardo Sousa e o açoriano Henrique Moniz, que terminaram separados por 12,1s no final do rali. Ao pódio das duas rodas motrizes subiu ainda o piloto local Pedro Silva, fazendo aqui uma das suas melhores exibições.

Na estreia da segunda temporada do Clio Trophy, vitória superlativa de João Rodrigues, que deixou a concorrência a mais de 1m45s, revelando um ritmo que mais ninguém conseguiu aproximar-se. Luís Caetano foi segundo e Paulo Santos foi terceiro, mas ficou por se saber o que poderia acontecer nesta prova caso Carlos Marreiros e Tiago Pereira não tivessem tido problemas logo no primeiro troço.

Não menos excelente foi a estreia de Pedro Câmara também na estreia do novo Peugeot 208 Racing no FPAK Junior Team. O açoriano está noutra patamar e provou isso mesmo no asfalto de Castelo Branco, tendo ganho com uma margem de 1m08s para Santinho Mendes e 4m17s para Afonso Costa.

VENCEDORES DE TROÇOS
Kris Meeke (8); Dani Sordo (4)

COMANDANTES SUCESSIVOS
Kris Meeke (Pec 1); Dani Sordo (Pec 2 a 4); Kris Meeke (Pec 5 a 12)

CLASSIFICAÇÃO FINAL
castebranfinal25

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