WRC

“O dia da especial de 50 Kms”

jfr4diaA noite passou rápido e a manhã tinha reservada uma estreia para mim no mundial de ralis, uma especial em asfalto com meia centena de quilómetros.

O dia começava com um pequeno aperitivo, e depois Escaladei. Sabíamos que a parte final estava muito suja, que a parte inicial é muito encadeada a exigir tudo do piloto e do carro e que no miolo tinha meia dúzia de retas muito rápidas que permitiam respirar. Nos reconhecimentos já tinha percebido que este seria um troço para se tornar mítico neste rali. A primeira parte de Escaladei é o antigo Priorat, que tem aquele gancho que está em todas as belas fotos deste rali. Foi por lá que começamos e fizemos o nosso melhor deixando escorregar o carro até uma bandeira portuguesa rodeada de um grupo dos “nossos” . É fabuloso ver a nossa bandeira em tantas curvas. Tenho que vos dizer de novo, obrigado!

Chegámos à entrada de Escaladei e confesso que fiquei apreensivo. Como seria fazer tantos quilómetros naquele ritmo? Como iriam resistir os braços, as costas e principalmente a concentração a tamanho desafio? E o carro ?

O dia esteve particularmente quente e as coisas não se adivinhavam fáceis. O Janela recomendou concentração e sorriu.
– Diverte-te e guia com alegria!

Foi o que fiz! A meio os pneus começaram a ceder, os travões pediam sempre mais força para responder. A parte final, completamente encadeada, sem nenhuma reta com mais de 50 metros, estava completamente cheia de terra. Cada curva era uma armadinha e o número de carros fora de estrada confirmava a dureza daquele troço. Chegámos ao fim da primeira passagem com uma enorme sensação de alívio. Tínhamos conseguido e agora era só mais uma especial de 26,4 quilómetros, coisa pouca e estávamos com o dia meio ganho.

Na tarde, novo desafio. Estávamos a preparar os capacetes e pára um carro do outro lado da estrada de onde saiu o Presidente do ACP. Foi bom aquele abraço do Carlos Barbosa que vê também aqui que a festa dos ralis tem outra dimensão quando temos muito público, bem comportado, em todas as especiais. Para o ano tem que voltar a ser assim em Portugal.

A segunda passagem em Escaladei foi ainda mais complicada. Os pneus aqueceram ainda mais cedo, e o final estava ainda mais cheio de terra e pedras. Não sei como não furámos, mas lá conseguimos manter intacto o EVO X ao fim do dia. A festa seguiu depois na super-especial de Salou e no parque de assistência, onde era difícil conseguir romper no meio de tantos adeptos deste fabuloso desporto.

Voltamos amanhã à estrada às 7:48 para as últimas quatro especiais do Rali da Catalunha, edição do cinquentenário. E que bela edição! Até amanhã com um abraço!!

J F R

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