CPR

Rali “terras” de Miguel Correia

miguelDepois de um rali em que esteve em grande nível, Miguel Correia (navegado por José Carvalho), obteve a sua primeira e histórica vitória no Campeonato de Portugal de Ralis.

Não era difícil adivinhar que a vitória do piloto do Skoda poderia estar próximo, e no Rali Terras d´Aboboreira conjugavam-se uma série de fatores favoráveis a que isso pudesse suceder agora. Para além de ser o “seu” rali, aquele em que já tinha lutado pela vitória em 2021, foi também uma prova que surge após as boas prestações e os muitos quilómetros efetuados no Serras de Fafe e nos Açores.

Com o ritmo certo e com excelentes condições para a “prática da modalidade” (foi um dia fabuloso de rali), Miguel Correia foi muito rápido quando teve que ser (por exemplo, no primeiro e no último troço), sob gerir os momentos do rali (na segunda especial, evitando partir para a estrada no segundo dia em primeiro lugar) e sob ainda aproveitar todas as incidências da prova (o furo de Armindo Araújo na sexta especial), para não mais largar a liderança do rali, apesar da muita pressão que o ex-campeão nacional exercer até ao derradeiro metro do rali.

O segundo lugar foi para Armindo Araújo / Luís Ramalho que fizeram mais uma vez um excelente rali. Não sendo os únicos que passaram pela liderança da prova, foram porém os maiores adversários de Miguel Correia e mesmo que se queixem de um furo tudo fizeram para sair desta prova com uma vitória que, caso o tivessem conseguido, seria também merecida. No derradeiro troço, forçaram muito o ritmo, tal como os seus principais adversários, mas Miguel Correia, no momento da verdade, foi mais forte. Porém, com este segundo lugar, Armindo Araújo mantém a liderança do CPR, passando Miguel Correia a ser o seu principal adversário nas contas do campeonato.

A Hyundai deixou uma pálida imagem neste Rali Terra d´Aboboreira, mesmo que Bruno Magalhães / Carlos Magalhães tenham ficado a apenas 11,2s do vencedor, o que se poder considerar como um excelente resultado, depois de ter terminado o primeiro dia no comando do rali. Magalhães continua a sentir que o seu carro não está ao nível dos Skoda, mas nesta prova mostrou-se já mais competitivo em piso seco. O terceiro lugar deixa o piloto ainda com condições de continuar a lutar pelo título, embora o desafio, depois das primeiras três provas do CPR, se adivinhe como difícil.

José Pedro Fontes (com Inês ponte a seu lado) limitou ao máximo que lhe foi possível as perdas nesta fase de terra (e ainda falta um rali). O piloto do Citroen continua a dar indicações que continua sem grande hipóteses de lutar pelas vitórias neste tipo de piso, mas o quarto lugar deixa algumas esperanças quando se aproxima a fase de asfalto.

Nesta rali, Fontes teve que lutar muito para não ser surpreendido por Pedro de Almeida / Mário Castro. A dupla do Skoda fez um bom rali, com interessantes registos e foi sempre lutando contra o Citroen, que não conseguiu superar por muito pouco, ficando a ideia de que está ainda a evoluir e que ainda se pode tornar mais competitivo.

Terminar no lugar “13” do Rali Terra d´Aboboreira talvez seja a melhor referência que se poderá fazer à prova de Ricardo Teodósio. Não só teve muito azar (partiu o comando da caixa no 4º troço e furou no troço seguinte), como continua a não ter um entrosamento perfeito com o seu Hyundai, voltando assim a marcar passo no CPR de 2022, ficando mais longe da revalidação do título e ainda o campeonato não chegou a meio.

O “veterano” Paulo Meireles / Marcos Gonçalves fez um excelente rali, que culminou com um magnífico sexto lugar. Para quem não tem ambições ao CPR, fez um rali seguro e competitivo, que lhe permitiu ficar à frente de pilotos com mais ritmo, como é o caso do seu irmão Pedro Meireles (que teve dois furos e que chegou a andar à frente de Pedro Almeida) e Paulo Neto / Vitor Hugo, que mesmo com o 8º lugar continua a estar longe dos seus adversários.

Destaque, pela positiva e pela negativa, para a prestação de John Mcerlean. O irlandês deu nas vistas ao volante de um Hyundai I20 e chegou a comandar por duas vezes o rali, mas acabou fora de estrada, não materializando num bom resultado os excelentes indicadores que deixou na fase inicial da prova.

Nas duas rodas motrizes assistiu-se a uma tremenda luta pela vitória entre Ricardo Sousa e Ernesto Cunha. Ambos em Peugeot 208 Rally4, estiveram sempre próximos entre si, chegando Cunha a passar pelo comando, mas Sousa acabou or se impor na derradeira secção e vencer com todo o mérito. Pedro Silva, em Peugeot 208 R2, acaba por alcançar um pódio, o que não deixa de ser um excelente resultado.

COMANDANTES SUCESSIVOS
Miguel Correia (Pec 1), John Mcerlean (Pec 2), Bruno Magalhães (Pec 3), John Mcerlean (Pec 4), Armindo Araújo (Pec 5), Miguel Correia (Pec 6 a 9)

VENCEDORES DE TROÇOS
Armindo Araújo (3); Miguel Correia (3); John McErlean (2); Bruno Magalhães (1)

CLASSIFICAÇÃO FINAL
terrasfinal22

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