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Sordo puxou dos galões no Vidreiro e alcançou o título no CPR

CAMPEONATO DE PORTUGAL DE RALIS

A temporada 2025 do Campeonato de Portugal de Ralis terminou em alta, com aquela que terá sido a melhor prova da temporada, pelo menos, do ponto de vista competitivo. A diferença de 0,8s no final do Vidreiro entre Sordo e Meeke selou, não uma prova, mas uma temporada inteira, onde Gonçalo Henriques voltou a brilhar a grande altura, provavelmente na despedida da Hyundai do CPR!!!

Os 3,7s verificados no final do primeiro troço do Rallye Vidreiro foram a maior diferença registada entre primeiro e segundo ao longo de toda a prova, com Dani Sordo a recorrer a toda a sua rapidez e experiência para levar a melhor numa prova que desconhecia totalmente. O piloto espanhol, que neste momento sofre do mesmo problema que Meeke teve há um ano atrás (não pode ser considerado campeão), acaba por ser o piloto com mais pontos depois de uma temporada onde raramente se conseguiu impor a Kris Meeke, sempre que teve o Toyota em condições normais.

Porém, neste rali, Sordo esteve monumental e imparável, contando com um Hyundai i20 N Rally2 fiável e competitivo, aproveitando ao máximo o facto de ser um rali difícil e complicado, para aplicar toda a sua experiência e conhecimento de ralis.

Quanto a Kris Meeke, só se pode lamentar de si mesmo, e quando se pensava que íamos ter o melhor Meeke da temporada, num carro teoricamente mais competitivo, o britânico conseguiu manter Sordo sob muita pressão, mas não o suficiente para lhe ganhar tempo ou mesmo levar o seu adversário ao erro (o que raramente acontece com Sordo). A desistência “estúpida” no Rali da Água talvez tenha sido o momento da temporada para Meeke, que agora no Vidreiro não conseguiu colmatar, sucumbindo à performance de Dani Sordo.

Aliás, a Hyundai tem nesta prova um resultado épico, com o fabuloso terceiro lugar da geral para Gonçalo Henriques. O jovem prodígio português foi o melhor piloto nacional na sua prova de estreia com um Rally2 no asfalto, repetindo o desempenho do Rali do Algarve. Gonçalo Henriques é como o algodão (não engana!!!), fazendo neste rali uma grande exibição, em crescendo, em que aproveitou todas as migalhas (leia-se erros de Armindo Araújo) para somar um resultado muito relevante para o seu futuro nos ralis.

Quem mais se divertiu nesta prova foi Ricardo Teodósio ao volante do Toyota GR Yaris Rally2. O piloto algarvio aproveitou para andar depressa e dar muito espetáculo para os espetadores, ao ponto de ter apanhado um ou outro susto, não se importando assim tanto com a classificação final e não conseguindo, por isso, o objetivo de terminar no pódio, algo que esta época não aconteceu. Porém, este rali foi de celebração, depois de uma época difícil em termos de andamento e resultados, mas valeu (e muito) todo o espetáculo dado ao longo desta prova.

Quanto a Armindo Araújo, o quinto lugar foi igual a quase nada. O piloto do Skoda Fabia RS Rally2 só deve a si mesmo alguns erros que foi cometendo ao longo da prova, que o fizeram passar de um terceiro lugar quase seguro para um quinto lugar, onde não houve espaço para recuperar. Mesmo assim, Armindo Araújo saiu com muito para sorrir desta prova, pois foi de longe o melhor piloto português no Campeonato de Portugal de Ralis, tendo o mérito de chegar ao Vidreiro na frente do campeonato, o que poucos vaticinavam ser possível.

Na possível despedida da Citroën oficial do Campeonato de Portugal de Ralis (ainda vai aparecer na Taça de Portugal), José Pedro Fontes não esteve ao seu nível. Nunca foi protagonista nesta prova e esteve sempre longe da luta pelo terceiro lugar, pelo que o sexto lugar reflete exatamente a prova cinzenta que realizou.

No Campeonato Masters, Pedro Meireles venceu o rali e o título, com Paulo Neto a fazer também uma boa prova e a terminar no segundo lugar.

Nas duas rodas motrizes, destaque para a grande vitória de Henrique Moniz, num rali que desconhecia, levando o Peugeot 208 Rally4 ao primeiro lugar. Num rali em que Guilherme Meireles desistiu depois de um toque, Ricardo Sousa ficou no segundo lugar, num rali de gestão entre a rapidez e a necessidade de terminar, que lhe permite vencer o campeonato das duas rodas motrizes a uma prova do fim do campeonato.

Nota mais para a excelente prova de Pedro Silva, a subir muito de forma ao longo da época, registando no Vidreiro um magnífico terceiro lugar, o que pode saber a pouco depois de ter andado uma parte do rali a discutir o primeiro lugar.

No Campeonato Promo, nova vitória para Adruzilo Lopes, ficando Nelson Trindade em segundo e Miguel Carvalho em terceiro.

No Clio Trophy, João Rodrigues voltou a vencer depois do desaire no Rali da Água, ficando Tiago Pereira em segundo (a 20,7s) e Luís Caetano (a 23,7s).

Quanto ao FPAK Junior Team, a vitória foi para Francisco Fontes no Lancia Ypsilon Rally6, com Luís Mendes no Peugeot 208 Rally6 a 1m14,5s e Afonso Santos (também em Peugeot) a 1m38,9s, seguido por Pedro Câmara, que depois de ter furado no primeiro troço, o máximo que conseguiu foi chegar ao 4º lugar, embora mantenha a liderança da competição.

VENCEDORES DE TROÇOS
Dani Sordo (5); Kris Meeke (4)

COMANDANTES SUCESSIVOS
Dani Sordo (PEC 1 a 9)

CLASSIFICAÇÃO FINAL

2RM

1º, Henrique Moniz/Jorge Dinis (Peugeot 208 Rally4),1h01m30.5s

2º, Ricardo Sousa/Luís Marques (Peugeot 208 Rally4), a 18.7s

3º, Pedro Silva/Pedro Santana (Peugeot 208 Rally4), a 32.0

4º, Rafael Cardeira/Luís Boiça (Peugeot 208 Rally4), a 1m11.4s

5º, Luís Caetano/David Monteiro (Renault Clio Rally4), a 3.14.5

FPAK Júnior Team

1º, Francisco Fontes/Nuno Rodrigues da Silva (Lancia Ypsilon Rally6), 1h08m58.8s

2º, Luís Mendes/Diogo Costa (Peugeot 208 Rally6), a 1m14.5s

3º, Afonso Santos/Alexandre Rodrigues (Peugeot 208 Rally6), a 1.38.9

4º, Pedro Câmara/João Câmara (Peugeot 208 Rally6), a 2.44.8

5º, José Coelho Lima/Ricardo Faria (Peugeot 208 Rally6), a 4.10.8

CAMPEONATOS (Classificações oficiosas)

Absoluto (final): 1º, Dani Sordo, 161 pontos; 2º, Kris Meeke, 154; 3º, Armindo Araújo, 137; 4º, José Pedro Fontes, 85; 5º, Ricardo Teodósio, 80.

2RM: 1º, Ricardo Sousa, 135 pontos; 2º, Henrique Moniz, 128; 3º, Guilherme Meireles, 103; 4º, Anton Korzun, 82; 5º, Pedro Silva, 74.

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