CPR

Teodósio venceu rali “atribulado”

teoalgar23Não correu nada bem o regresso do Clube Automóvel do Algarve ao Campeonato de Portugal de Ralis. Um rali que tinha quase tudo para correu bem, mas que acabou por ser demasiado atribulado, fruto de circunstâncias algumas delas controláveis… outras não!!! No final provou-se que santos da casa fazem milagres, com a excelente vitória de Ricardo Teodósio.

O que dizer deste Rali Casinos do Algarve 2023? Rali difícil e complicado para a organização, ditado sobretudo por dois acidentes graves, protagonizados pela super-estrela Craig Breen e por Bernardo Sousa, que acabaram por não ter grandes consequências físicas nas equipas, embora o madeirense e a sua navegadora (Inês Veiga) tenham passado pelo hospital.

Porém, o facto de terem entrado nesse troço (a segunda especial do rali) 14 carros após o acidente de Breen e Sousa, revela que nem tudo funcionou no plano de segurança (numa zona onde a rede telefónica era quase inexistente em muitos locais), como não se conseguia prever que um ambulância de socorro tivesse avariado em pleno troço o que atrasou ainda mais a prova.

Mas outras coisas não correram bem. Apenas 8 pilotos tinham inicialmente dois minutos de partida para os troços, sendo que os horários da prova, mesmo que tudo tivesse corrido pela normalidade (por exemplo, não tivesse havido muito pó… que houve), dificilmente poderiam ser cumpridos em condições normais.

Mas os absurdos deste rali não ficaram por aqui. Aquele qualifying stage, com pilotos do CPR, CPR2 e Promo, acabou por ditar uma ordem de partida, nesta prova que é pontuável para o CPR, perfeitamente inenarrável e inexplicável, parecendo que se continua a brincar ao ralis.

Mais, a Street Stage não pontuou para o rali, mas os pilotos todos tinham que a realizar, e mesmo se desistissem nesse SS nada lhes acontecia, pois era o mesmo que os carros estivessem já em parque fechado.

Mas há mais. Aquela Super-Especial de abertura, começou às 21h30 e acabou perto da uma da manhã (o primeiro troço no dia seguinte era às 8h30m), com uma ordem de partida que não lembra ao “diabo”. Os 10 últimos da lista de inscritos foram os 10 primeiros a partirem e os 25 seguintes partiam por ordem dos tempos no… qualifying!!!

E mais ainda. Onde estão as penalizações a certos pilotos por erros “grosseiros” na Super-especial? Inclusivamente um desses pilotos chegou a circular em sentido oposto!!! Foram muitos os pilotos com enganos no percurso, mas pelos vistos, ninguém reparou em nada.

E outra ainda. Anular os dois derradeiros troços por causa da eventual falta de luz natural nos troços? O que dizer da segunda especial em que diversos pilotos quase tiveram de parar por causa do intenso pó?

Imune a tudo isto, quem de facto não meteu os pés pelas mãos foi Ricardo Teodósio / José Teixeira, que levaram o Hyundai I20 N Rally2 à vitória. Mesmo com uma super-especial com muitas hesitações, a dupla algarvia entrou decidida a dar tudo nesta prova e venceu quatro das seis especiais realizadas no segundo dia, obtendo com todo o mérito a vitória, que só não teve mais sabor porque perderam a Power Stage para Miguel Correia, o suficiente para não estarem após as duas primeiras provas na liderança do CPR.

Quem está na liderança é precisamente Miguel Correia / Jorge Carvalho. Fizeram um belo rali, o foram os primeiros líderes e como não chegaram a concluir o segundo troço (por causa do acidente de Sousa e Breen) acabou por lhes ser atribuído um tempo médio, muitíssimo discutível, até em função daquilo que o piloto fez nos restantes troços. Correia aceitou com fair-play a decisão, mas sempre disse nas redes sociais que “caso nos tivesse sido atribuído um tempo mais próximo do andamento que imprimimos nessa especial e na generalidade dos troços, o resultado geral deste rali podia ter sido diferente”.

Este rali recuperou outra figura para o CPR de 2023: Pedro Meireles. Que grande prova fez o piloto do Hyundai, sempre muito consistente e seguro, andando bem na frente de José Pedro Fontes e dos restantes pilotos que conduzem os Rally2. Espera que esta prestação do ex-campeão nacional se mantenha nas próximas provas, para bem da competitividade do CPR.

Atrás de José Pedro Fontes, que na realidade realizou o rali possível, ficou Rakan Al-Rashed, num novo Skoda Fabia RS Rally2, que se enganou na super-especial e não foi penalizado, embora o piloto não tenha passado despercebido devido à sua espetacular forma de conduzir.

Paulo Meireles e Pedro Almeida, ficaram nas posições seguintes… empetados com o mesmo tempo final, embora com vantagem para o veterano piloto do Hyundai, ficando bem à frente de Diogo Salvi, Lucas Simões e Paulo Neto.

No CPR2, finalmente, Ricardo Sousa (11ª classificado da geral) acabou com os azares e obteve uma excelente vitória, numa categoria que acabou por não ser tão disputada quando se previa inicialmente. Ernesto Cunha com o segundo lugar, reforçou a liderança da competição, ficando na frente do Ucraniano Anton Korzun.

A 12ª posição do rali foi para Adruzilo Lopes, que obviamente com este resultado venceu no Campeonato Promo. Armando Carvalho, que por sua vez venceu o Promo Sul, foi segundo classificado no Promo, enquanto Fernando Teotónio subiu ao terceiro lugar no Promo, todos eles em Mitsubishi.

No Start Sul excelente e destacada vitória de Paulo Anselmo, no BMW 316, bem na frente de João Gago (Peugeot 206 GTI) e de Viana Martins (Peugeot 208 R2), pilotos que completaram o pódio.

Nos Clássicos, onde terminaram 3 dos 4 concorrentes, o vencedor foi José Merceano (Mitsubishi Lancer), ficando no segundo lugar Nuno Mateus (Mitsubishi Lancer) e, logo a seguir, João Lucas, num Nissan Micra.

No Rally&You Portugal Cup, naturalmente que foi Ricardo Sousa a vencer, sendo que Hugo Lopes foi segundo e ainda o vencedor da Rally&You FPAK Junior Cup.

VENCEDORES DE TROÇOS CPR
Ricardo Teodósio (4), Miguel Correia (3)

COMANDANTES SUCESSIVOS
Miguel Correia (Pec 1), Ricardo Teodósio (Pec 2 a 7)

CLASSIFICAÇÃO FINAL
algarve23

 

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