
Após um Rally Blendio Princesa de Asturias – Ciudad de Oviedo de prender o fôlego e repleto de inúmeras peripécias, a dupla Giovanni Fariña / Alejandro Rodríguez entrou para o quadro de honra da Peugeot Rally Cup Ibérica pela porta grande, tornando-se nos oitavos Piloto e Navegador a colocarem os seus nomes nessa ilustre vitrina.
Garantiram o título de ‘Campeões’ pela margem mínima de 1 ponto, no final de uma época hipercompetitiva, em que se bateram com vários adversários dos dois lados da fronteira ibérica.
Uma das duplas que com eles se bateu até final foi Miguel García / Osel Román, vencedores deste rali asturiano – a sua única vitória no ano -, e que tudo tentou para se impor nesta final de nervos do troféu ibérico. Venceram o rali, batendo Aritz Iriondo / Joseba Sanchez por 48,1 segundos e Javier Cañada / Aday Ortiz por 1 minuto e 57,3 segundos.
A sua vitória neste rali, repleto de voltas e reviravoltas no ranking dos leões, fez-se de estratégia, apenas registando um melhor tempo em troços, mas no final viram-se relegados do seu objetivo máximo para esta época do troféu ibérico por apenas um ponto.
O cetro, conquistado com bastante suor e empenho, de ‘Campeões’ ficaria, assim, para Fariña / Rodriguez. O título de Campeões deu-lhes agora acesso ao Grande Prémio Final atribuído pela organização do troféu ibérico, a cargo da Peugeot Portugal e da Peugeot Espanha: um programa oficial em 2026 aos comandos de uma viatura da categoria Rally2 da divisão de competição Stellantis Motorsport, tendo apenas de optar por um dos campeonatos nacionais dos dois países.
BATALHA À DISTÂNCIA ENTRE FARIÑA E GARCÍA
O segundo dia do Rally Princesa de Asturias – Ciudad de Oviedo iniciou-se na mesma nota dos três troços da véspera, com Sergí Perez e Nahuel Barba a registarem os dois melhores tempos nos 13,48 km da primeira volta pelo troço de Monte Areo – Carreño, deixando atrás de si os três candidatos a ‘Campeões’ da Peugeot Rally Cup Ibérica 2025, em especial Ricardo Sousa que começava, logo cedo, um calvário que o levaria à desistência no troço seguinte.
Mas o português não esteve sozinho nesse infortúnio, pois também o uruguaio não completava os 12,18 km de Acuartelamiento Cabo Noval 1, após um salto mais violento, num troço em que, finalmente se viu um dos candidatos ao título com o melhor tempo, já que Giovanni Fariña batia Sergí Peréz por 2,2 segundos.
Entretanto, Miguel García ascendia ao 2º lugar e aproximava-se um pouco mais do objetivo do título ibérico de 2025, mas tinha de contar com os resultados e com a evolução de Fariña.
Tudo parecia desmoronar-se para Fariña, piloto que sofreria um furo na primeira passagem pelos 12,02 km da especial de Llarena, perdendo bastante tempo, troço onde Artiz Iriondo fez a melhor marca, seguido de García e de Jordi San Andrés. Esta tripla de pilotos somava valiosos pontos extra – 3, 2 e 1 pontos, respetivamente – atribuídos por esta especial que serviu de Power Stage. Aqui era, desta vez, Perez a ficar, também ele, pelo caminho.
As posições à cabeça da Peugeot Rally Cup Ibérica continuavam numa constante revolução, num ranking que, no final da ronda matinal, apresentava Miguel García finalmente no 1º lugar da classificação do troféu ibérico, com Artiz Iriondo 13 segundos atrás de si e Javier Cañada já quase a minuto e meio de distância. Quanto a Giovanni Fariña caía para o 5.º posto, a quase 90 segundos do 4.º lugar, posição então ocupada por Jordi San Andrés e com que lhe poderia, em determinadas condições, ainda garantir a conquista do tão almejado título.
EPÍLOGO DO TROFÉU DE 2025 DE TIRAR A RESPIRAÇÃO
Após essa manhã tão agitada, esperavam-se as reações dos diferentes concorrentes, quer à vitória, quer ao cetro, pelo que os 37,68 km de conjunto dos três troços da tarde, na mesma sequência matinal, reservavam uma enorme expetativa entre quem participava ativamente nas batalhas nos troços e entre os que assistiam de fora, em especial os membros e mecânicos das equipas.
Nos 13,48 km de Monte Areo – Carreño 2 assistia-se ao primeiro esforço de recuperação por parte de Giovanni Fariña, ali batendo Miguel García por 3,2 segundos e Jordi San Andrés por 3,7 segundos, diferenças insuficientes para recuperar qualquer posição na geral do troféu.
Seguiram-se os 12,18 km de Acuartelamiento Cabo Noval 1, onde, nunca desistindo e continuando a acreditar que tudo era possível, Fariña voltou a ser o mais rápido, contando depois com a tão desejada mexida nos lugares à sua frente, ascendendo ao tão desejado 4.º posto de Jordi San Andrés, desistente neste troço, o piloto oriundo de Tenerife voltava assim a sonhar com o título.
A fechar o dia, o rali e a época, chegou a especial de Llarena, troço onde García registava, finalmente, um melhor tempo neste rali e onde Fariña apenas desejava ver o controlo final do troço e do rali, para finalmente poder descontrair e festejar com todos os elementos da sua equipa e familiares. Já Emílio Criado abandonava com a meta à vista, ele que regressara hoje em SuperRally depois do abandono na etapa de ontem.
TROFÉU IBÉRICO ATRIBUÍDO PELA MARGEM MÍNIMA
Com o 1.º lugar alcançado neste Rally Princesa de Asturias e os 2 pontos extra conquistados na Power Stage, Miguel García / Osel Román somaram aqui um total de 27 pontos, para um acumulado da época de 65 pontos, pontuação que se mostrou insuficiente para suplantar os 66 pontos finais da dupla Giovanni Fariña / Alejandro Rodríguez.
Ou seja, estes últimos sagram-se ‘Campeões’ da Peugeot Rally Cup Ibérica 2025 pela margem mínima de 1 ponto, até mesmo depois de deitarem fora a sua pior pontuação de 2025, os 12 pontos do primeiro rali do ano. Aqui nas Asturias somaram 14 pontos, resultado suficiente para lhes dar o título.
García / Román fecham, assim, esta oitava temporada do troféu ibérico com o estatuto de ‘Vice-Campeões’, suplantando os portugueses Ricardo Sousa / Luís Marques (43 pontos), ficando também eles 1 ponto à frente da dupla Javier Canãda / Aday Ortiz (42 pontos).
CLASSIFICAÇÃO FINAL
1º Miguel García / Osel Román, 1h 49m 59,6s
2º Artiz Iriondo / Joseba Sanchez, a 48,1s
3º Javier Cañada / Aday Ortiz, a 1m 57,3s
4º Giovanni Fariña / Alejandro Rodriguez, a 4m 06,1s
Desistências: Joni Gonçalves / Luis Boiça e Baptiste Panissié / Théo Pallu (Não alinharam); Armau Bartés / Melisa Lorenzo (ES5), Ricardo Sousa / Luis Marques e Nahuel Barba / Santiago Cabrera (ES6); Sergí Perez / Jaume García (após ES7); 4º Jordi San Andrés / Carlos Cabrero (ES9); 5º Emílio Criado / Andrés Blanco (ES10).