
Rafael Rego e Ana Gonçalves venceram categoricamente o Rali da Água Transibérico – Eurocidade Chaves-Verín, a quarta e penúltima prova da Peugeot Rally Cup Portugal 2025.
Impondo-se à geral e sendo também os mais rápidos na Power Stage, somaram a pontuação máxima e aproximaram-se de Ricardo Sousa / Luís Marques, dupla que chegou aqui como líder da contenda, num rali que fizeram a controlar e que terminaram na 4.ª posição da geral.
À sua frente, nos dois outros lugares do pódio, ficaram Guilherme Meireles / Pedro Alves e Iago Gabeiras / Ian Quintana, duas equipas que, fruto dos resultados agora alcançados, também se assumem como reais candidatos ao título nacional de 2025. A decisão será conhecida na derradeira jornada desta segunda época da Peugeot Rally Cup Portugal.
Serão, assim, essas quatro duplas que daqui a pouco mais de um mês se irão defrontar no Rally de Lisboa, uma prova que fará a sua estreia no âmbito dos troféus monomarca da Peugeot, nomeadamente na iniciativa lusa organizada pela PEUGEOT Portugal.
Quem sucede a Hugo Lopes / Valter Cardoso e conquista o Grande Prémio final da Peugeot Rally Cup Portugal 2025? A resposta será conhecida no próximo dia 1 de novembro, no final do último troço do ano, desenhado num palco icónico dos ralis nacionais: a Serra de Sintra.
A história
Depois de na primeira etapa Rafael Rêgo não ter deixado os seus créditos por mãos alheias, com uma vantagem de mais de 30 segundos – ganhou cerca de 1 segundo por quilómetro – a todos os seus adversários no conjunto dos três troços do primeiro dia deste Rali da Água Transibérico – Eurocidade Chaves-Verín. O piloto do Peugeot 208 Rally4 #34 começou a segunda etapa na mesma toada, sublinhando querer ser ele a levar para casa as taças e o prémio de 5.000 euros correspondente à vitória nesta prova desenhada no eixo Chaves-Verín.
Começou por ir colher mais 6,8 segundos para Guilherme Meireles do lado de lá da fronteira, nos 15,78 km cronometrados de Verín 1, eles que foram os únicos dois pilotos do troféu a conseguir cumprir o troço em condições normais, pois os restantes viram-se, de algum modo, afetados por um acidente de um dos pilotos do Campeonato de Portugal de Ralis, sendo-lhes, por isso, atribuído um tempo nominativo. A todos menos a Danny Carreira, que no arranque para o troço era 2.º, mas que veio a desistir por despiste.
Depois, a meio da manhã e já de regresso a Portugal, os 12,20 km de Chaves 1 apresentaram um top-3 de tempos composto por Meireles como o mais rápido, recuperando 2,6 segundos a Rêgo e dando 14,8 segundos a Gil Antunes. Calmo na sua jornada à distância, Ricardo Sousa, líder do troféu à entrada para esta prova, mantinha-se em luta controlada com o espanhol Iago Gabeiras.
A fechar a ronda matinal, os 12,15 km de Termas de Chaves 1 trouxeram de volta a normalidade, apresentando, uma vez mais, Rêgo no topo da tabela de tempos, 7,6 segundos à frente de Meireles, num top-3 que integrou, pela primeira vez no rali, o nome Sousa, ficando 11 segundos atrás do melhor crono, resultado que, ainda assim, deu para ultrapassar o seu adversário espanhol na geral do troféu.
A 1.ª Secção da 2.ª Etapa do rali organizado pelo CAMI – Clube Aventura do Minho terminava, assim, com o seguinte escalonamento para a Peugeot Rally Cup Portugal: Rafael Rêgo / Ana Gonçalves à frente, com uns sólidos 45,3 segundos sobre Guilherme Meireles / Pedro Alves e um ainda maior fosso de 1 minuto e 25,7 segundos sobre Gil Antunes / Alexandre Ramos, numa altura em que Ricardo Sousa / Luis Marques subiam ao 4.º lugar, ficando a 18,1 segundos de um potencial pódio, mas com uma margem de apenas 4,2 segundos sobre Iago Gabeiras / Ian Quintana. Era este o top-5 que encimava uma lista de onze PEUGEOT 208 Rally4 classificados para o troféu.
À tarde repetiu-se a passagem por estes mesmos três troços e pela mesma ordem, com Verín 2 então a decorrer com normalidade, depois do percalço matinal. No final dos seus 15,78 km, quer Meireles quer Gabeiras recuperaram algum tempo aos seus adversários diretos, mas sem que esses poucos segundos significassem alterações à geral. O oposto do que aconteceria nos últimos lugares do troféu, tendo os demais beneficiado da saída de estrada de Joni Gonçalves.
Também na Especial de Chaves 2 seria Meireles a aparecer no topo das folhas de tempos, batendo Gabeiras por 1 segundo – resultado que fazia o espanhol galgar dois lugares, até ao 3.º posto provisório – tantos quantos os que Sousa perdia, caindo para 5.º da geral, atrás do regular Antunes.
Quanto a Rêgo, o indiscutível líder deste rali, seguia para Termas de Chaves 2 – o derradeiro troço da tarde e da prova – com uma mais do que confortável vantagem de 39,2 segundos, concentrando-se em tirar o melhor partido dos pontos extra desses 12,15 km que serviriam de Power Stage.
De faca nos dentes, Rêgo alcançaria mesmo o melhor tempo, somando 3,6 pontos aos 30 muito valiosos pontos inerentes a esta sua primeira vitória de sempre na PEUGEOT RALLY CUP PORTUGAL. Esse score combinado – o máximo possível de alcançar neste rali – de 33,6 pontos coloca-o, indiscutivelmente, na luta pelo título de 2025.
Mas esta Power Stage foi também palco da discussão, ao décimo de segundo, do 3.º lugar final do rali, entre três candidatos, Gabeiras, Antunes e Sousa, classificados por esta ordem à entrada para o troço. No final do mesmo seria o espanhol a registar o segundo crono e os correspondentes 2,4 pontos, e Sousa a terceira melhor marca e mais 1,2 pontos, valores que foram depois somados aos seus resultados em termos de classificação geral. Infeliz seria Antunes, que abandonava já com a meta quase à vista.
A cerimónia do pódio quarta prova (de cinco) da Peugeot Rally Cup Portugal 2025, em Chaves, teve lugar ao final da tarde nas Caldas de Chaves, consagrando a dupla vencedora Rafael Rêgo / Ana Gonçalves, da equipa The Racing Factory, que a terminaram, naturalmente, em ambiente de festa, adiando-se para Lisboa a atribuição do cetro da presente temporada.
Guilherme Meireles / Pedro Alves, terminavam no 2.º lugar e Iago Gabeiras / Ian Quintana em 3.º à frente de Ricardo Sousa / Luis Marques que herdava o 4.º posto pelo abandono do seu adversário.
Destaque-se, ainda, a excelente estreia da dupla neozelandesa Bryn Jones / Sean Lockyear, que se sentiram à vontade no meio dos habituais leões do troféu, terminando uma prova que não conheciam, numa viatura que não é a sua habitual, num excelente 6.º posto, a pouco menos de 12 segundos do 5.º lugar de Francisco Custódio / Paulo Marques.
Voltando ao nome em destaque neste rali, Rafael Rêgo, para além da vitória no troféu da PEUGEOT e da conquista da placa de Melhor Junior, classificou-se no 7º lugar da geral absoluta do rali, foi o melhor da categoria 2 Rodas Motrizes do Campeonato de Portugal de Ralis e ainda venceu a classe RC4.
Rally de Lisboa será palco de uma batalha a quatro
Com o 1.º lugar alcançado neste Rali da Água Transibérico – Eurocidade Chaves-Verín e os pontos extra obtidos na Power Stage, Rafael Rêgo / Ana Gonçalvas somaram aqui um total de 33,6 pontos – tirando total proveito do fator de multiplicação aplicado – pelo que se aproximaram bastante do topo do ranking provisório da Peugeot Rally Cup Portugal 2025, passando a somar 62,6 pontos.
Estão, assim, a 23,4 pontos do topo de uma tabela que continua a ser encabeçada pela dupla Ricardo Sousa / Luis Marques. Somaram 18 pontos, passando a deter um acumulado de 86 pontos, quando estamos a uma prova do final da época.
Note-se ainda que para as contas finais da Peugeot Rally Cup Portugal 2025 apenas se consideram os quatro melhores resultados, tendo os pilotos que somem cinco pontuações de deitar fora a pior delas. Considerando apenas os ainda candidatos ao título de 2025, dois somam já quatro notas válidas, decorrentes da sua consistência no troféu.
Ricardo Sousa tem 86 pontos, dos quais 10 como a pior pontuação, e Iago Gabeiras soma 54,8 pontos, dos quais apenas 1 ponto como o seu pior resultado. Noutro contexto, Rafael Rêgo (62,6 pontos) e Guilherme Meireles (59 pontos) têm ambos três resultados limpos e uma desistência nos seus registos de 2025, pelo que não terão de abdicar de quaisquer pontos nessa última prova do ano. Mas todos dependem do que venham aí a alcançar, numa luta a quatro que já não contará com Henrique Moniz (43 pontos) e Giovanni Fariña (37 pontos), eles que, entretanto, já abdicaram dessa conquista.
Na estrada de 31 de outubro a 1 de novembro, a quinta edição do Rally de Lisboa marcará uma estreia nos calendários dos troféus ibéricos da PEUGEOT – no presente caso no da Peugeot Rally Cup Portugal 2025 – no que será, assim, uma espécie de Final Nacional, um palco de todas as decisões. E que palco, pois parte da prova recorre a quilómetros de estrada bem conhecidos dos adeptos dos ralis, num percurso que andará na capital e nos seus arredores e que culminará na icónica Serra de Sintra.
Rali da Água Transibérico – Eurocidade Chaves-Verín
4.ª (de cinco) prova da PEUGEOT RALLY CUP PORTUGAL 2025
CLASSIFICAÇÃO FINAL*
1.º Rafael Rêgo (1º Júnior) / Ana Gonçalves, 1h 04m 29,7s
2.º Guilherme Meireles (2º Júnior) / Pedro Alves, a 55,3s
3.º Iago Gabeiras / Ian Quintana, a 2m 00,4s
4.º Ricardo Sousa / Luis Marques, a 2m 12,3s
5.º Francisco Custódio (3º Júnior) / Paulo Marques, a 3m 53,7s
6.º Bryn Jones (4º Júnior) / Sean Lockyear, a 4m 05,4s;
7.º Hélder Miranda / Rui Teixeira, a 4m 12,9s;
8.º Filipe Nogueira / Pedro Figueira, a 4m 20,6s;
9.º Rafael Antunes / Nuno Batalha, a 4m 26,2s
Desistências: Henrique Moniz / Jorge Dinis (Não alinhou); Sérgio Dias / Bruno Abreu (Shakedown); Danny Carreira (Júnior) / Marco Villas Boas (ES5); Joni Gonçalves / Paulo Lopes (ES8); Gil Antunes / Alexandre Ramos (ES10).