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Solidez, consistência e rapidez na vitória de Ruiloba

RALI DA MADEIRA 2025

Mesmo que não precisasse de o fazer, acabando de vez com as dúvidas sobre a sua competitividade, Diego Ruiloba confirmou em 2025 a vitória já obtida em 2024 na prova madeirense. Uma exibição de gala, numa demonstração de solidez, consistência e muita rapidez.

Mesmo não sendo dos pilotos que gera mais empatia junto dos adeptos, e talvez por isso pouco os apontaram como vencedor deste rali, Diego Ruiloba este imperturbável neste rali, nomeadamente a partir do momento em que assumiu a liderança da prova na terceira especial. O espanhol, já com experiência mundialista e conhecedor da prova (é a terceira participação de Citroen e a segunda vitória consecutiva), sobe gerir todos os momentos deste rali. Talvez tenha entrado algo adormecido no início do segundo dia, mas depressa também terá percebido que mantendo o ritmo elevado e a mesma consistência poderia vencer sem arriscar quase nada.

O seu adversário, João Silva, também esteve em alta com o seu Toyota Yaris GR Rally2, sendo que a chave para não ter podido dar ainda mais luta a Diego Ruiloba foi a dupla passagem pela Ponta do Sol, com uma fase inicial muito a subir, onde o três cilindros da Toyota teve menos “ar”, sobretudo que os quatro cilindros da Skoda e da Citroen. Para quem estava a lutar pela vitória, só nesses dois troços, não conseguiu melhor que um terceiro e um sexto lugar, enquanto nos restantes quatro troços, ficou por três vezes nos dois primeiros lugares. Mesmo assim, João Silva lançou finalmente a semente para que mais ano, menos ano, possa também vencer o seu Rali da Madeira. De qualquer forma, a vitória nas contas do Campeonato da Madeira foi incontestável.

Quem saiu com um “sorriso amarelo” desta prova foi Simoni Campedelli. O italiano, mesmo sendo o primeiro líder da prova, andou o rali quase todo atrás do prejuízo, quando em 2024 tinha sido ele o protagonista. Certamente que Campedelli queria vencer, mas não foi mesmo possível, sendo surpreendido sobretudo por João Silva, pois o italiano já conhecia a valia de Diego Ruiloba. O piloto do Skoda mesmo assim mostrou mais consistência que em 2024, pelo que terceiro lugar acabou por ser um resultado justo.. mas curto!!!

Miguel Nunes tem um pequeno handicap, quase crónico, no Rali da Madeira, que se chama “início do rali”. O campeão da Madeira, perdeu após quatro troços (meio do primeiro dia de rali) 11,4s, sendo que no final do rali a sua diferença para o vencedor foi de 13,6s. Quer isto dizer que em 3/4 do rali, teve o mesmo ritmo de Diego Ruiloba e João Silva, o que lhe poderia ter dado a possibilidade de terminar no pódio ou até mesmo vencer, sendo que dessa forma o quarto lugar, não pode ser considerado um grande resultado (embora não seja mau, pois tem o segundo lugar nas contas do regional da Madeira).

Kris Meeke quase “chorou” após o furo lento (no primeiro dia) que o fez perder quase 40 segundos e, dessa forma, a possibilidade de lutar pela vitória, que o britânico bem queria obter. Porém, nem tudo se perdeu nesta prova, pois acaba por vencer nas contas do Campeonato de Portugal de Ralis e, sem se saber as contas de Castelo Branco, também não se poderá afirmar perentoriamente que tenha reforçado a liderança nesta competição. Em princípio foi isso que terá sucedido após o Rali da Madeira.

Atrás de si (também terá reforçado o seu segundo lugar no CPR) ficou Armindo Araújo. O piloto do Skoda foi sempre muito consistente nesta prova, mas a verdade é que este não é um rali para o qual esteja fadado, face à experiência e conhecimento que tem da prova. O segundo lugar nas contas do CPR foi muito bom, até porque não beneficiou de qualquer atraso ou desistência dos adversários para o obter, o que reforça a sua competitividade no CPR.

As três posições seguintes vão para três pilotos, aos quais o Rali da Madeira 2025 passou quase ao lado. José Pedro Fontes, com um carro igual ao do vencedor, diz nunca ter entrado no ritmo desta prova, Daniel Sordo, nem parecia o aguerrido piloto mundialista que conhecemos e Alexandre Camacho, que colocou todas as culpas da sua falta de performance no Hyundai que tripulou.

O Top 10 foi encerrado com Miguel Caires no Skoda Fabia RS Rally2, que teve uma prova azarada, tal as contrariedades (furo, pião, acelerador, etc) que foram sucedendo. Mesmo assim, fez alguns registos interessantes, só lhe faltando a consistência de troço para troço, para se assumir como um candidato a voos mais altos.

De forma algo surpreendente, mas inteiramente justa, Anton Kurzan venceu nas duas rodas motrizes do Campeonato de Portugal, superando Ricardo Sousa, no final do rali, por 4,1s. O terceiro lugar foi para Guilherme Meireles, a 10,2s da vitória, enquanto Rafael Rego e Henriques Moniz, ficaram nas posições seguintes com 16,8s e 27,8s de diferença para os vencedores, respetivamente.

Nota final para os diversos incidentes e despistes que houve ao longo deste rali, (muitos pilotos só realizaram três troços no segundo dia), sobretudo o protagonizado por Paulo Neto (o carro desceu uma ravina com mais de 100 metros), estando felizmente tudo bem consigo e com o seu navegador Nuno Mota Ribeiro.

VENCEDORES DE TROÇOS
Simone Campedelli (3); João Silva (4); Diego Ruiloba (4), Miguel Nunes (2)

COMANDANTES SUCESSIVOS
Simone Campedelli (Pec 1), João Silva (Pec 2); Diego Ruiloba (3 a 13)

CLASSIFICAÇÃO FINAL

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