Terminou a sétima prova do Campeonato de Portugal de Ralis com um cenário que pouco se previa, mas que baralhou de tal forma as contas do título, que agora está tudo em aberto para a derradeira prova, o Rali Vidreiro – Centro de Portugal, mas com Armindo Araújo na liderança do CPR. Quem diria!!!
Mantendo o domínio exercido durante o primeiro dia, Dani Sordo esteve inalcançável no segundo dia do Rali da Água – Transibérico Eurocidade Chaves-Verín, vencendo cinco das seis especiais realizadas, incluindo a Power Stage, o que lhe permitiu vencer esta prova com quase 26s de diferença para Armindo Araújo.
O espanhol, aproveitou bem este rali que teve muitos quilómetros disputados em Espanha, para obter uma vitória segura, robusta e merecida, logo num rali em que o seu Hyundai i20 N Rally2 esteve irrepreensível, provando que é competitivo e pode vencer, depois da pálida imagem deixada no Rali da Madeira.
Mas Sordo não foi o único protagonista desta prova, pois o segundo classificado Armindo Araújo também esteve mais uma vez em grande nível, com o seu Skoda Fabia RS Rally2. Aliás, ficou mesmo a sensação que o piloto de Santo Tirso, apesar de ter andado rápido (por vezes muito rápido), aproveitou bem as circunstâncias do rali (leia-se desistência de Meeke), para jogar de forma muito inteligente com as contas do campeonato (sobretudo depois da Pec 8), o qual passou a liderar com 10 pontos de vantagem para Meeke e 11 para Sordo, embora tenha 14 pontos para deitar fora do seu pior resultado esta temporada. Quer isto dizer que no derradeiro rali está tudo em aberto na discussão do título… se não houver surpresas da classificação de Castelo Branco.
Nota negativa para Kris Meeke. Não pelo tremendo azar que teve com o motor do seu Yaris no primeiro dia, mas pela forma como abordou o segundo dia. Se já no primeiro dia tinha cometido alguns excessos, no segundo Meeke esteve “fora de si”, furando no primeiro troço da 2ª etapa, para sair de estrada dois troços depois, embatendo contra uma árvore por problemas de travões, originados pelo furo. Um rali para esquecer de Meeke, mas que permite uma animação inesperada no CPR a uma prova do seu final.
Outro protagonista deste rali, que leva um muito positivo pódio para casa, foi Rúben Rodrigues. O açoriano realizou um rali rápido, sempre muito concentrado e focado num objetivo perfeitamente alcançável, que se tornou ainda mais provável quando viu que Ricardo Teodósio nem sequer tinha entrado para o primeiro troço do segundo dia.
Mesmo assim Rodrigues teve que se colocar em sentido perante José Pedro Fontes, pois o piloto do Citroen, com uma toada sempre um pouco mais conservadora em alguns momentos, foi mesmo assim mantendo sobre pressão o açoriano, com a diferença entre ambos no final do rali a ser de apenas 2,3s. Mesmo assim, sendo uma prova de asfalto, com muita terra à mistura nas curvas, Fontes perdeu aqui uma oportunidade de terminar no pódio.
Com menos ritmo, mas com uma boa prova, Pedro Meireles conseguiu levar o seu Skoda Fabia RS Rally2 ao quinto lugar e à vitória no Masters de Ralis. Porém, só com a desistência de João Barros, na oitava especial, é que Meireles deixou de ter concorrência à altura na disputa pelo quinto lugar, pois o piloto de Paredes, com uma boa habituação na estreia do Skoda Fabia RS Rallye2 estava a fazer um grande prova.
Outra desistência relevante neste segundo dia foi a de Hugo Lopes, com problemas de caixa de velocidades no seu Hyundai, pelo que outros pilotos foram subindo na classificação, alguns deles merecendo mesmo assim destaque pelas suas exibições. É o caso do jovem Diogo Marujo que tem vindo a evoluir de forma muito positiva com o seu Skoda Fabia Rally2 Evo, ficando no sexto lugar, e de Rafael Rego, outro jovem, que pulverizou as contas nas duas rodas motrizes em teros absolutos (mesmo não pontuando para esse campeonato) e no Peugeot Rally Cup terminando ainda em sétimo lugar da geral.
Outro jovem em grande destaque foi Pedro Câmara, que venceu a FPAK Junior Team por mais de 2m47s, com o seu Peugeot 208 Rally6, face a Francisco Fontes, em estreia na competição, ao volante do Lancia Y Rally6.
Na Renault Clio Trophy desta vez a vitória foi para Tiago Pereira, que ficou na frente de Luís Caetano e de Carlos Marreiro Jr.
Última nota para a vitória de Adruzilo Lopes no Campeonato Promo, com Miguel Carvalho em segundo a mais de 2m50s.
VENCEDORES DE TROÇOS
Dani Sordo (7); Armindo Araújo (1); Ricardo Teodósio (1)
COMANDANTES SUCESSIVOS
Ricardo Teodósio (Pec 1), Dani Sordo (Pec 2 e 10)
CLASSIFICAÇÃO FINAL
Classificação geral final absoluta (Oficiosa)
1º, Dani Sordo/Candido Carrera (Hyundai i20 N Rally2), 59m50.0s
2º, Armindo Araújo/Luís Ramalho (Skoda Fabia RS Rally2), a 25.9s
3º, Rúben Rodrigues/Rui Raimundo (Toyota GR Yaris Rally2), a 1m11.8s
4º, José Pedro Fontes/Inês Ponte (Citroen C3 Rally2), a 1.14.1
5º, Pedro Meireles/Mário Castro (Skoda Fabia RS Rally2), a 1.55.2
6º, Diogo Marujo/Jorge Carvalho (Skoda Fabia R5 Evo), a 3.05.9
7º, Rafael Rego/Ana Gonçalves (Peugeot 208 Rally4), a 4.39.7
8º, Adruzilo Lopes/Vítor Hugo (Mitsubishi Lancer Evo X), a 5.25.5
9º, Paulo Neto/Carlos Magalhães (Skoda Fabia Rally2 Evo), a 5.26.9
10º, Guilherme Meireles/Pedro Alves (Peugeot 208 Rally4), a 5.35.0
2RM (Oficiosa)
1º, Guilherme Meireles/Pedro Alves (Peugeot 208 Rally4), 1h05m25.0s
2º, Pedro Silva/Pedro Santana (Peugeot 208 Rally4), a 20.0s
3º, Anton Korzun/Pablo Kononov (Peugeot 208 Rally4), a 22.0
4º, Henrique Moniz/Jorge Diniz (Peugeot 208 Rally4), a 41.3
5º, Ricardo Sousa/Luís Marques (Peugeot 208 Rally4), a 1m17.0
CPR Júnior (Oficiosa)
1º, Rafael Rego/Ana Gonçalves (Peugeot 208 Rally4), 1h04m29.7s
2º, Guilherme Meireles/Pedro Alves (Peugeot 208 Rally4), a 55.3s
3º, Francisco Custódio/Paulo Marques (Peugeot 208 Rally4), a 3m53.7s
FPAK Júnior Team (Oficiosa)
1º, Pedro Câmara Jr/João Câmara (Peugeot 208 Rally6), 1h11m31.0s
2º, Luís Mendes/Diogo Costa (Peugeot 208 Rally6), a 4m07.5s
3º, José Coelho Lima/Ricardo Faria (Peugeot 208 Rally6), a 5.09.1
