Soltas Rali Vinho Madeira 2024 (2)
Foram alguns os pilotos que deram nas vistas na edição 2024 do Rali Vinho Madeira. Um deles foi sem dúvida João Silva. Mesmo tendo perdido a liderança do Campeonato da Madeira de Ralis nesta prova para Miguel Nunes, João Silva venceu troços à geral e quebrou recordes (Rosário). Neste mesmo troço que venceu, conseguiu bater Diego Ruiloba, Alexandre Camacho e Armindo Araújo que estavam a dar tudo. Perspetiva-se aqui um futuro vencedor do Rali Vinho Madeira? Certamente que sim!!!
A complexa regulamentação desportiva, que deve obrigatoriamente ser cumprida por todos os pilotos e equipas, tem situações perfeitamente absurdas. Resultante do despiste de João Silva, alguns destroços do carro ficaram para trás quando o piloto saiu do local, o que levou o mesmo a ser penalizado em tempo e multado em 250 euros por razões de sustentabilidade ambiental!!
Simone Campedelli provou claramente que teria sido o vencedor desta edição do Rali Vinho Madeira. Com um andamento superior a toda a restante caravana, Campedelli comenteu, contudo, um erro, saindo de estrada (na quarta especial) que o levou a furar duas rodas. Tendo terminado o troço, seguiu para o parque de assistência, mas fez uma boa parte do percurso “perseguido” por um comissário, que viu que o piloto italiano rodou sobre uma jante. Tal situação pode levar a uma advertência e no limite à desistência. A penalização surgiu apenas quanto terminou a primeira etapa, tendo o piloto sido dado desistente no final do 4º troço. O piloto arrancou sob protesto para o terceiro dia, dizendo que desistia da prova se não lhe fosse retirado a penalização. Apesar do recurso, que os comissários não atenderam, Campedelli só teve conhecimento da decisão antes de entrar para o derradeiro troço, optando pelo abandono da prova nessa altura pois a mesma não lhe era favorável. Uma imensa trapalhada, protelada no tempo, muito por culpa dos comissários que em bom rigor deveriam ter anunciado a sua decisão definitiva, no limite, no início do terceiro dia. Um caso que manchou a prova, tanto mais que envolveu um dos pilotos convidados pela organização.
A organização estreou nesta prova um novo sistema de sinalização das zonas perigosas para o público. Apesar do infeliz incidente do Porsche de Américo Gouveia, e só analisando o sistema de placas /cartazes usado pela organização, existem diversas notas a realçar:
– do ponto de vista ambiental esta solução (das placas ou cartazes) devia ser obrigatório para todas as provas, acabando-se com o plástico;
– do ponto de vista visual o rali só sai a ganhar, pois o excesso de plástico prejudicava muitos vezes o trabalho, por exemplo, dos fotógrafos;
– do ponto de vista da organização da prova, este sistema deverá ainda evoluir para se tornar mais evidente as zonas perigosas. A recolha de resíduos no final da prova também fica muito mais simplificada para as organizações;