Soltas Rali de Castelo Branco
Em Castelo Branco voltou a discussão ao Nacional de Ralis sobre se o mesmo deveria ser aberto a todas as categorias. Olhando para os tempos nas especiais de André Cabeças no Campeonato FPAK de Asfalto, ao volante de um velhinho Mitsubishi Lancer com 20 anos, fazendo tempos ao nível dos seis primeiros do CNR, fica-se com a ideia de que o nacional tinha tudo a ganhar se fosse um género de Open.
Se é unânime que a Escuderia Castelo Branco esteve uma vez mais bem no seu rali, o certo é que continua a manter um esquema de prova (três longos troços, repetidos por duas vezes) que dá pouco ritmo competitivo face, por exemplo, ao que sucedeu no Rali Cidade de Guimarães. Não só não é um bom esquema para o público, como a acontecer algum azar, como sucedeu logo no segundo troço, acaba por tirar mais ritmo à prova e a condicionar a prova para muitos pilotos. Um detalhe a rever para o futuro de modo a que a prova também possa evoluir em termos desportivos.
Longa foi também a super-especial. Para quem assistiu a tudo (desde o Sprint ao Nacional) esteve cerca de cinco horas a ver carros passar. É certo que a chuva condicionou o espetáculo, mas a opção por não fazer uma super-especial em linha, com os concorrentes a partirem minuto a minuto, torna o espétaculo longo e cansativo. Mais vale ter uma hora de espetáculo com ritmo, do que cinco horas cm demasiados tempos mortos.
A Escuderia Castelo Branco comemorou na estrada o seu 51º aniversário, com um rali dedicado e que a dupla Nuno Santos/Rui Vieira venceu aos comandos de um Peugeot 206, impondo-se a Fábio Santos/Ricardo Sismeiro (Peugeot 205 GTi) e Manuel Esteves/Fábio Esteves (Renault Clio Williams), que completaram o pódio.
O arranque deu-se na Sexta-Feira à noite, no troço-espectáculo desenhado no centro da cidade, onde Marco Afonso/Nelson Martins (Datsun 1200) encimou a classificação, para na manhã seguinte o diversificado grupo de pilotos, navegadores e viaturas seguirem para os três troços previstos. Mas o dia começava com a anulação da especial de abertura, pelo que apenas sobravam para cronometrar os 29,71 km da especial de Fórneas/Estreito e os 12,32 km de Sarnadas S. Simão, a cumprir apenas por uma vez.
No de maior extensão coube a José Carlos Lopes e Fernando Lopes imporem o seu Citroën Saxo aos demais, enquanto os futuros 2ºs classificados – a dupla Santos/Sismeiro – alcançavam igual posição nesse troço. Já os futuros vencedores ‘só’ obtinham a 3ª melhor marca, mas vingar-se-iam na especial seguinte, a última do rali, para conseguirem uma suada vitória, se bem que também aproveitando a desistência da dupla com apelido Lopes.
Circularam rumores em Castelo Branco de que o Nacional de Ralis de 2015 terá apenas mais duas provas em terra contra as três que estavam ainda previstas. A confirmar-se volta-se a ter um Nacional de Ralis desequilibrado com maior pendor de provas em asfalto.