アラーイはモルタグで勝利*
* Arai vence em Mortágua
Sem grande vedetismo e com o recato tradicional dos japonês, Hiroki Arai (filho do antigo piloto Toshio Arai) veio a Mortágua cumprir um passo mais na sua curta carreira nos ralis rumo a um lugar no WRC, quem sabe, já em 2019. O pequeno japonês de 24 anos venceu com uma sobriedade e limpeza impressionante em Mortágua, demonstrando na prática o ritmo que traz de sucessivas provas (algumas no mundial). O minuto de diferença para toda a concorrência diz tudo sobre o domínio que exerceu e até ficou a sensação que ainda tinha dado para mais.
Quem também sai com um largo sorriso nos lábios de Mortágua é Armindo Araújo. À segunda prova o seu projeto já começou a dar frutos, com uma vitória no CPR que acabou por ser merecida depois de uma segunda metade do rali a fazer lembrar o Armindo competitivo e motivado de outros tempos. O Hyundai I20 R5 contou com as mais recentes especificações (mais binário do motor), mostrou fiabilidade e também competitividade, mesmo se um furo na fase inicial do segundo dia ainda lhe roubou 20s.
Katsuka Takamoto, colega de equipa de Arai na Tommi Makinen Racing, estava também com um excelente ritmo de competição, mas no quinto troço teve um problema com a bomba da direção assistida e perdeu 50s. A partir daí continuou a andar forte para pelo menos chegar ao segundo lugar (que alcançou), mas não contou com o forte ritmo final de Armindo Araújo que estava a lutar com Pedro Meireles pela vitória no CPR, descendo ao 3º lugar.
Pedro Meireles esteve próximo de regressar às vitórias no CPR, mas nos momentos decisivos parece que falta sempre um “danoninho”. Entrando para o derradeiro troço com 2s de vantagem para Armindo Araújo, viria a perder 5,8s para o seu adversário e consequentemente desceu para o segundo lugar nas contas do nacional. A falta de testes (o carro chegou apenas uma semana antes da prova) e uma evolução mais antiga do motor, podem ser as razões para ter perdido por pouco uma vitória que esteve ao seu alcance.
Carlos Vieira pode queixar de alguma falta de sorte, já que depois de um primeiro furo, na parte final do rali voltou a furar, perdendo tempo que lhe retirou a hipótese de lutar pela vitoria o CPR quando parceria ter condições para tal, até porque também o seu Hyundai contou com todas as mais recentes evoluções.
Ricardo Teodósio foi-se afundando na classificação ao longo do decorrer do rali, depois de o ter liderado após o final do primeiro dia, quando o rali ainda nem à terra tinha chegado.
Provas normais para Joaquim Alves, que estreava um Skoda Fabia R5, e para Manuel Castro, que ficaram na frente de Miguel Barbosa, um dos candidatos à vitória que por ter dado uma volta a mais na rotunda da super-especial de Mortágua veio a ser penalizado mais 3 minutos. Ficou evidente, pelos tempos efetuados, que poderia também ele ter lutado pela vitória, mas as estúpidas regras das super-especiais, tirou da luta pela vitória um dos candidatos à mesma.
Nas duas rodas motrizes também houve muita emoção. Pedro Antunes liderou quase sempre em todo o rali, mas Daniel Nunes deu muito luta até ao 5º troço, quando acabou por perder muitos segundos por ter rodado no pó de Paulo Neto (que tinha tido uma saída de estrada e perdeu 4 minutos). Daniel Nunes ainda viria a arriscar, quando o motor do Peugeot de Pedro Antnes passou a funcionar em 3 cilindros, mas o piloto de Sintra viria a capotar e também a furar, pelo que o segundo lugar acabou por não ser um mau resultado.
VENCEDORES DOS TROÇOS
Miguel Barbosa (2); Ricardo Teodósio (1); Hiroki Arai (5); Armindo Araújo (1); Takamoto Katsuta (1)
COMANDANTES SUCESSIVOS
Miguel Barbosa (Pec 1A e 1B); Ricardo Teodósio (2); Hiroki Arai (3 a 9).
CLASSIFICAÇÃO FINAL