Miguel Abrantes num Fiesta Rally4 no CPR
A temporada de 2023 foi para Miguel Abrantes transformou-se numa luta constante com as adversidades, os incidentes e os problemas técnicos, que limitaram em muito as justas ambições do piloto de Águeda. Agora, é tempo de deixar para trás esse calvário, com Abrantes a já só ter olhos para 2024, onde vai tripular um Ford Fiesta Rally4.
No início da temporada, o que esperava de 2023?
2023 tinha tudo para correr bem. Consegui pela primeira vez em tantos anos ter um leque de apoios que me permitiam efetuar a época minimamente confortável. Depois, esperava sobretudo ter uma época tranquila e conseguir chegar ao final do Campeonato numa boa posição. Foi isso que foi “prometido” aos patrocinadores, pois estava consciente que haveria no CPR 2RM uma enorme disputa pelas melhores posições e que a consistência e regularidade seriam muito importantes nas contas finais. Infelizmente não consegui atingir os objetivos propostos…
Qual foi o maior desafio?
Existiam à partida diversos desafios. O primeiro era a minha inexperiência em pisos de terra. Depois o carro. A CRN desafiou-me a conduzir o Clio R3T, um carro conhecido por ser difícil de pilotar, mas aceitamos o desafio. O último grande desafio foi a transição para o Clio Rally4, algo que deveria ter sido ponderado bem mais cedo!
Qual foi o melhor momento e o momento mais despontante?
Para ser honesto, desportivamente não consigo enumerar um bom momento… Não consegui efetuar uma única prova sem problemas. A época começou verdadeiramente em Fafe. Este rali ficou marcado pelas péssimas condições climatéricas, pela anulação de grande parte das especiais. Senti uma profunda falta de respeito por parte da organização pela caravana do CPR2RM… No Algarve as coisas correram um pouco melhor, mas tivemos problemas de falta de potência no Clio, algo que também nos afetou na Aboboreira. Seguia-se o Asfalto, onde eu apostava em conseguir andar bem mais à frente que na Terra, mas também aqui o carro não estava a 100% e já depois de efetuar o Shake Down, decidi não participar no Rallye de Castelo Branco. Foi talvez das decisões mais difíceis de tomar, mas foi a mais sensata. Deu-se a passagem para o Clio Rallye 4 e no Constálica, uma prova que servia de preparação para o Rallye da Água, tive um acidente que me arruinou o orçamento e condicionou o final de época. Como referi desportivamente não consigo enumerar um bom momento, mas pessoalmente tenho vários. A confiança que os patrocinadores depositaram no nosso projeto e as excelentes relações com os meus navegadores de 2023, a Inês Veiga, o João Greno, o Pedro “Botas” e o Tiago Silva. A eles o meu muito obrigado!”
Que balanço faz da época?
Por tudo o que referi na pergunta anterior, o balanço não é de todo positivo…
Já tem os seus planos definidos para 2024?
Já! Comecei bem cedo a trabalhar para 2024. Conseguimos junto de algumas empresas viabilizar o projeto que em breve será apresentado, conseguindo levar algumas empresas pela primeira vez para o “mundo Motorsport”. Será um ano de “tudo novo”. Para começar um novo carro. Vamos dispor de um Ford Fiesta Rally 4, uma viatura que adquirimos em Dezembro passado e com o qual já iniciamos a preparação da época. Outra novidade será o navegador. Passarei a contar com o Fábio Reis à minha direita, um navegador já com bastante experiência e que será sem dúvida uma mais-valia ao longo do Campeonato. Vamos então disputar o CPR 2RM, apenas não estando nos nossos planos iniciais o Rallye de Fafe, Rallye de Portugal e Madeira. Se a não participação na prova do WRC e Madeira se prendem sobretudo com os custos de participação nas mesmas, já Fafe é por uma questão pessoal. Não gostei como fomos tratados em 2023. Se não queriam o CPR2RM (como me foi referido por um elemento da organização) na prova, não aceitavam a nossa inscrição!