“Os pilotos não têm sido “vistos nem achados””
Para a temporada 2013 Armindo Neves mudou de carro e de campeonato, apostando num inédito Peugeot 207 R3T e no CPR2. Depois de três provas, duas ao volante deste carro, Armindo Neves reconhece algumas dificuldades até ao momento.
Qual o balanço da temporada nesta fase?
Em termos de classificação geral do CPR2 estamos um pouco abaixo daquilo que queriamos, fruto essencialmente do problema que tivemos com a roda em Fafe, embora na classe VII estejamos no 2º lugar do campeonato, o que de alguma forma nos anima para as provas que faltam.
Tens revelado alguma dificuldade de evolução ao volante do Peugeot 207 R3. Até onde podes chegar com o carro que tripulas?
A verdade é que até agora as condições atmosféricas não têm sido as ideais para quem, como nós, trocou de carro e necessita do período normal de adaptação nestes casos, embora no rali do Vidreiro as coisas já tenham começado a fluir e a aproximar-se daquilo que queremos. É um carro que me obriga a ser mais agressivo e a acreditar muito mais, pois tem menos potência que o Evo em que andávamos há já 3 anos, para além de ser um duas rodas motrizes. Apesar de tudo a base é muito boa e o potêncial de evolução é grande, pois dos carros actuais da nossa categoria, o nosso é seguramente o que está menos evoluido e onde poderemos trabalhar muito na sua progressão.
Quais são os teus objectivos até final da temporada?
Os nossos grandes objectivos são sempre o de oferecermos aos nossos patrocinadores o melhor retorno possível face á aposta que fizeram na nossa equipa, pois só assim podemos ambicionar a manter este projecto em funcionamento. Nesse sentido, iremos trabalhar cada vez mais na habituação ao Peugeot 207 por forma a lutarmos pelo top 3 da geral do CPR2 nas provas que ainda faltam e a manter a posição que ocupamos actualmente no campeonato correspondente á classe 2.0 litros.
Como analisas o ambiente que se vive entre pilotos no CPR?
Não noto que exista um mau ambiente entre os pilotos do CPR, antes pelo contrário até. Talvez haja necessidade, isso sim, de nos unirmos em torno de uma associação que fale a uma só voz e lute verdadeiramente pelos interesses de todos, sem que hajam interesses pessoais ou de equipas á mistura. As organizações terão que estar cada vez mais atentas ás nossas necessidades e dos nossos patrocinadores e á realidade do mundo actual, porque se continuarem a insistir em tomar decisões unilaterais na organização dos seus eventos, iremos assistir a um cansaço e afastamento dos pilotos, levando a que as provas do CPR tenham cada vez menos participantes. Isso é algo que na realidade pode vir a acontecer.
Achas que as organizações têm estado ao nível dos investimentos que os pilotos fazem nos ralis?
De maneira alguma. Os pilotos não têm sido “vistos nem achados” pelas organizações na hora destas tomarem decisões. Continuamos a ser os “bobos da corte”, com a agravante de sermos nós a pagar para fazer o espectáculo. Neste sentido, apenas queria destacar pela positiva algumas pessoas do CAMG, que se têm mostrado preocupadas em falar com os pilotos e saber a sua opinião em relação ao seu trabalho no sentido de poderem melhorar, o que, no meio de tanta gente e de tantas organização é notoriamente pouco.
Para terminar, a única questão que gostava de deixar no ar, era saber se; – No “circo” não existissem “palhaços e outros artistas”, seria possível haver espectáculo e se o público estaria disposto a assistir? Penso que a resposta será obvia….

