Editorial

Editorial (23/11/2014)

editorial231114Estive no passado fim-de-semana no 1º Encontro do Desporto Automóvel, onde Manuel Melo Breyner, atual presidente da FPAK teve uma curta intervenção (e presença).

Mesmo assim, do seu discurso, retirou-se uma importante ideia base, que é simultaneamente um lema do Ralis Online desde que ele existe: a segurança.

Disse o responsável federativo na sua intervenção que 2015 vai ser o ano da segurança no desporto automóvel em Portugal. Apesar de não ter adiantado mais nada sobre esta matéria, parece-me francamente bem que a FPAK eleja 2015 como o ano da segurança.

Em primeiro lugar a segurança dos pilotos. O que continuamos a ver em Ralis Sprint é confrangedor do ponto de vista da segurança. A construção dos “Roll-Bar”, a utilização (ou não) de certos acessórios de segurança (capacetes, cintos, luvas, etc), raia em alguns casos o rídiculo.

Também se deveria intervir na potência dos carros. Se são fórmulas baratas (no Rali Sprint) para os pilotos correrem, não se compreende que se investa para ter carros com 300, 400 ou mais cavalos.

Deve-se também olhar para a segurança dos troços. A velocidade média tem que baixar e a utilização de chicanes tem que ser obrigatória para diminuir o risco de acidentes graves. Recentes exemplos são disso prova.

Não esquecer naturalmente a segurança dos espectadores. Tenho estado em muito zona de fácil acesso onde se concentra público e onde não existe um único elemento da segurança das provas.

Noutro patamar é fundamental olhar com rigor técnico para os carros de estrada que são transformados em carros de rali, nomeadamente alguns carros que passam de volante à direita para a esquerda. É também necessário intervir ao nível das suspensões. São demasiados os carros de rali que não têm suspensões adequadas para enfrentar uma prova de estrada (quer em asfalto quer em terra).

No capítulo da formação também era necessário fazer alguma coisa, nomeadamente para quem tira licença desportiva pela primeira vez para correr. Não se pode dar (a troco de dinheiro) uma licença desportivo para alguém que não sabe minimamente as regras do desporto automóvel.

Enfim, o tema da segurança é inesgotável e continua a ser muito mal tratado nas provas de rali em Portugal. Apesar de 2014 ter sido um ano com mortes a lamentar, a sorte tem sido até momento o principal contributo para que não estejamos agora a lamentar mais perdas. E deixar a segurança à sorte, não me parece boa ideia.

Bons Ralis, mas em segurança!!!

Paulo Homem

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