Luis Ramalho (APPA) responde a críticas pelo Facebook
No seguimento de alguma confusão que surgiu no Facebook, o presidente da APPA, Luís Ramalho, publicou um texto que aqui reproduzimos de forma a tentar esclarecer algumas questões:
“Boa tarde a todos:
Não tenho o costume de vir muito por aqui dizer “coisas”, mas há alturas em que não é possível não o fazer, sob pena de deixar alguns esclarecimentos por dar, com inevitáveis repercussões.
E, apesar de entender que a maioria deles já foram feitos, alguns de forma superior e brilhante, entendo ser meu dever prestar mais alguns, provavelmente menores, mas que se me afiguram importantes.
1 – Antes de mais, recordar que a APPA tem uma história de 31 anos e que, como muito bem recordou Fernando Baptista na reunião da passada 4ª feira, passou por duas “guerras”: César Torres/Edgar Fortes e Luís Pinto de Freitas/Luís Ramalho, ambas com desfechos semelhantes a vários níveis.
Importa, relativamente a esta ultima, relembrar também que, antes das eleições de 2006, eu próprio disse aos clubes e ao LPF que, se ele ganhasse, eu me demitia das minhas funções de Presidente da APPA e que, enquanto ele fosse Presidente da FPAK, não emitiria nenhuma opinião pública relativa a automóveis que não tivesse a ver exclusivamente com as minhas participações. Fi-lo no dia 26 de Março de 2006 e, após duas AG sem candidatos, aceitei manter-me em funções interinamente, aguardando a chegada de algum “corajoso”.
E, daqui, resulta a primeira explicação: “as minhas desculpas” por manter a minha palavra.
2 – Seguindo em frente: durante os 7 anos em que pertenci à Direcção, que foram de intensa actividade da APPA, lembro-me de ter assumido a responsabilidade por TODOS os contactos institucionais entre a Associação e a FPAK, e de NUNCA ter deixado que nenhum piloto, que connosco contactasse, se dirigisse em termos pessoais à entidade federativa. Porquê? Porque sabia EXACTAMENTE qual era a reacção, se desse contacto resultasse a mais pequena discussão, motivada por naturais pontos de vista diferentes. E também sei o que, muitas vezes, se passou nessas alturas: quando era para decidir, todos achavam bem que se fosse. Quando era para ir e lá chegava, olhava para trás e tinha sempre a mesma meia dúzia comigo.
Curiosamente, não me lembro de alguns dos nomes que agora se arrogam o direito de tecer considerações, muitas vezes a raiar o insulto, estarem presentes nessas lutas. E porque houve muitas e violentas, e porque a certa altura se extremaram posições, tomei a resolução que resulta na 2ª explicação: afastei-me das luzes, porque entendi que assim defendia melhor os pilotos do que mantendo-me nos “cornos do touro”, assumindo como minhas as lutas de todos os licenciados, e defendendo-os intransigentemente.
3 – adormecer não significa morrer, ou estar em coma. Que o digam os licenciados que, ao longo dos últimos tempos, nos contactaram com os seus problemas e que sempre procurámos resolver, que o digam os clubes que continuaram a contar com a nossa colaboração, que o digam as AG da FPAK onde, de braço no ar ou por voto secreto, continuámos a defender aquilo que entendíamos mais correcto.
Afastámo-nos de algumas decisões? Afastámos sim. Não estivemos presentes nas comissões da FPAK? Não, não estivemos. Deixámos que muita coisa acontecesse? Sim deixámos. E porquê? Porque até 2006 tentámos demonstrar que havia outro caminho e os clubes não quiseram. E se a maioria da AG,– que não era a maioria dos clubes mas era a maioria que contava – nesse dia 26 de Março de 2006 entendeu que, outra que não a nossa, era melhor opção, decidimos respeitar essa decisão.
E cá vai a 3ª explicação – se éramos nós a “maçã podre”, deixemo-los gerir tudo sem os estarmos a “incomodar”. Foi o que fizemos e está à vista o resultado.
4- muito haveria, entretanto, para dizer, mas vou dar um salto cronológico para o inicio de 2012, onde um grupo de licenciados, coordenado pelo Tiago Raposo de Magalhães e pelo Tiago Patricio Gouveia decidiu, de novo, afrontar a FPAK, alertando para o que de mau existia e tentando, de novo, demonstrar aos clubes que outro caminho havia. E lá estava a APPA, na primeira linha, novamente com a sua direcção a assumir as suas responsabilidades, mas tendo o cuidado de não envolver nenhum licenciado que não os seus dirigentes, numa luta que saberíamos que poderíamos perder e que, mais uma vez, poderia cair em cima dos nossos associados. E estivemos na AG de Junho de 2012 onde as contas foram chumbadas com votação secreta, e na de Julho de 2012 onde as mesmas contas foram aprovadas de braço no ar, com uma diferença de UM VOTO!!!!!!!
4ª – explicação – estivemos onde tínhamos que estar, quando precisaram de nós .
5 – Desta vez como de todas as outras, a APPA NUNCA negou ajuda e colaboração a nenhuma entidade nem a nenhum licenciado, independentemente do seu estatuto ou não de associado. Dessa atitude me recrimino pessoalmente, mas entendi sempre que essa era a melhor forma de demonstrar que estávamos acima de qualquer interesse, e que a nossa forma de encarar o desporto automóvel e o associativismo era outra. Hoje, reconheço que talvez estivesse errado e, a comprovar isso, estão muitas das criticas que vejo à APPA, feitas por quem “nunca se levantou do sofá”.
Por isso me incomoda quando leio os escritos de algumas pessoas que, porque gostam de corridas há 500 e tal anos, entendem poder dizer as maiores atuardas, fazer as maiores acusações ou questionar todas as opções. E fazem-no com a maior desfaçatez! E porquê? Porque não passa de conversa de café, sem responsabilidade ou responsabilização, muitas vezes apenas com o intuito de levantar a confusão. A que propósito se arrogam o direito de perguntarem em quem votou A ou B? Acaso terão percebido que, na democracia de que falam, o voto é secreto? A APPA convidou quem quisesse ir, independentemente de serem ou não sócios e de terem ou não as quotas pagas. Estiveram lá??? E porque acham que podem perguntar à ANPAC e à ANPAK em quem votaram? E se eu disser que votei na lista X, alguém que não eu sabe se votei na Y???? Sondagens à boca das urnas? Com 94 delegados a votarem uninominalmente, cada um com o seu conjunto de boletins? Tenham dó! E é importante saber-se? Porquê? Vamos ter caça às bruxas???
Meus senhores: ACABARAM AS ELEIÇÕES!!!!!!!!!!!!!!
Somos menos de 4000, entre licenciados, corpos sociais, dirigentes, colaboradores, promotores, etc etc etc. O que temos que fazer, e tenho a certeza que agora vamos fazer – com o MMB como faríamos com o Artur – é trabalhar todos juntos. Para isso contem comigo, sempre, e sem limitações.
Por fim, e quanto à Associação, se ainda houver dúvidas da nossa postura e da nossa atitude, penso que estarão, agora, esclarecidas. Se quiserem verificar se sempre pagámos as quotas da FPAK, façam o favor e se quiserem assumir a direcção da APPA, terão oportunidade de o fazer nos próximos tempos, uma vez que está prevista uma AG para o mês de Setembro com esse fim.
E termino: há muitos anos atrás, ouvi uma frase de que nunca me esqueci, dita por um mecânico de automóveis que estava a tentar resolver um problema de uma moto, com variadíssimos “expert” à sua volta, que tinha sempre opiniões para dar: ” não recebo lições de quem SABE mais do que eu. Apenas de quem FAZ melhor do que eu”. Por isso, venham, e façam. Estou certo que não faltará gente para isso e, acreditem, agora é MUIIIITTTTO mais fácil.”