Muitas novidades na Citroen
Jornada de inverno, disputada entre os Alpes e o Mediterrâneo, o Rali de Monte-Carlo é geralmente caracterizado por uma grande variedade de condições de estrada. Asfalto seco ou molhado, gelo e neve, a superfície evolui ao longo das horas, dos quilómetros e da passagem das viaturas.
Como preparação, a Citroën Total Abu Dhabi World Rally Team organizou diversas sessões de testes no sudeste de França, o mais próximo possível do percurso do rali.
Engenheiro responsável pelos DS3 WRC, Didier Clément detalha o método aplicado pela equipa: «realizámos a nossa campanha de testes em duas fases. Antes do Natal, as duas equipas realizaram dois dias de testes cada na região dos Alpes-Maritimes. Puderam compreender a condução de base do Citroën DS3 WRC sem quaisquer armadilhas. A poucos dias do rali, complicámos-lhes a tarefa. Eles tiveram de andar com pneus de pregos em piso seco e de slicks na neve. Também testámos as configurações intermédias, com borrachas variadas. O Kris e o Mads tiveram que se integrar com estas situações que podem surgir de um momento para u outro durante a prova.»
Tentando cobrir o máximo de situações durante os testes, a equipa consolidou, assim, o seu enorme leque de conhecimentos. «Durante o rali, há que ter em conta as melhores – ou as menos más – escolhas de pneus. Há que saber prever as condições, cruzando as informações dadas pelos batedores, pelos nossos homens das meteorologia e pela Meteo France», explica Didier Clément. «Com todos estes dados, com base na nossa experiência e nos testes, recomendamos os pneus a montar. Mas é sempre o piloto a ter a última palavra, porque ele deve sentir-se confiante ao volante para poder de atacar.»
Para esta prova, cada piloto pode usar um máximo de 45 pneus. Dentro da gama da Michelin, as equipas oficiais da Citroën Total Abu Dhabi World Rally Team irão escolher entre pneus slicks, moles e extra-moles, e pneus de inverno, com ou sem pregos.
O 6º MONTE-CARLO DE KRIS MEEKE, MAS EM ESTREIA NO WRC!
Com cinco presenças à partida, Kris Meeke já tem uma boa experiência do Monte-Carlo: «A minha melhor recordação remonta a 2005. Foi o meu primeiro rali ao volante de um Citroën, um C2 Super 1600 inscrito no Junior WRC. As condições eram difíceis, como sempre, com neve e gelo. Lembro-me sobretudo dessa edição, dado que me impus na minha categoria!»
Tendo em conta a sua experiência, Meeke sabe que um Monte-Carlo pode jogar-se nos detalhes: «Entender a estrada, ler-se o estado do piso e reagir em conformidade é a melhor maneira de alcançar o sucesso. É inútil visar este ou aquele resultado. O objectivo é ser-se regular, evitar-se cometer erros e concentrarmo-nos no que é prioritário: atingir a chegada. Se tudo correr bem, um bom resultado recompensará estes esforços.»
«Os testes permitiram-me descobrir o comportamento do DS3 WRC em condições particularmente difíceis,» continua o piloto britânico. «Na neve ou no gelo, é essencial ter confiança em si mesmo e no carro. O trabalho que fizemos permitiu-me aprender e crescer. Resta ver o que nos reserva a meteorologia para a prova!»
MADS ØSTBERG ESPERA PELA NEVE!
Estreante na edição de 2013 da prova, Mads Østberg recorda-se muito em particular do mítico troço do Turini: «Pensei que estava a perder vários minutos porque não conseguia ter tracção. Estava a lutar no interior do carro por ter a impressão de estar totalmente indefeso. No stop tirei o meu capacete, levei as mãos à cabeça com uma enorme frustração… Foi-me então dito que eu tinha o melhor tempo provisório. Estava à frente de todos os líderes!»
Como todos os pilotos escandinavos, Østberg sente-se particularmente confortável quando a aderência é precária. O norueguês não seria, portanto, contra condições totalmente de inverno: «O Monte-Carlo é um verdadeiro desafio para começar a temporada. Não fiz ainda muitos quilómetros com o carro, mas tenho uma boa sensação depois dos testes que realizámos. Acho que o Citroën DS3 WRC é estável, tendo um motor muito potente. Os testes permitiram-me descobrir tudo o que se pode esperar durante o rali. Tenho a impressão de que me saí bem no uso de slicks na neve, embora mais parecesse que estava a sobreviver do que propriamente a pilotar… Em qualquer dos casos, se pudesse escolher o estado do tempo, gostaria de pedir um máximo de neve!»